João Jorge e Jacobina Maurer

João Jorge e Jacobina Maurer

I m A g E m

I m A g E m
O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

16. Leopoldo Petry

 
Leopoldo Petry - obra do
pintor Ernesto Frederico Scheffel


Leopoldo Lorscheitter Petry nasceu no bairro Industrial, na época conhecido como Matadouro dos Kroeff, em Novo Hamburgo - RS, no dia 15 de julho de 1882. Era filho do imigrante alemão e agrimensor Pedro Petry e de Barbara Lorscheitter, de São José do Hortêncio. Em 1891 entrou como aluno interno num colégio jesuíta, em São Sebastião do Caí, onde permaneceu por dois anos. Em 1893 foi para o Seminário Episcopal de Porto Alegre, também jesuíta, onde permaneceu por seis anos.

Em 1899 aceitou o convite e tornou-se professor na nova escola paroquial católica de Hamburgo Velho. Em 1902, aprovado em concurso, foi professor alfabetizador e diretor da escola pública de meninos de Lomba Grande. Nesse período casou-se com Maria Luiza da Silveira, que faleceu precocemente, em janeiro de 1911. Após a morte da esposa retirou-se do magistério e mudou-se, por um curto período, para Passo Fundo. Trabalhou como auxiliar de guarda-livros, em Porto Alegre.

Em 1912 adquiriu uma pequena olaria, perto da casa de seus pais, onde trabalhou por quatro anos e meio. Contraiu seu segundo matrimônio, em 1914, com Maria da Neves Marques e dessa união nasceram seus seis filhos que, no futuro, lhe dariam 24 netos, 53 bisnetos e 15 tataranetos. No dia 16 de janeiro de 1917 assumiu como secretário da Intendência Municipal de São Leopoldo, onde permaneceu até 01 de fevereiro de 1923, data de sua nomeação como coletor estadual de Novo Hamburgo, função que ocupou até 1927. 

                                                                                                Arte sobre foto - Paulo Haubert
Maria das Neves Petry
 
Ao lado de Jacob Kroeff Neto e Pedro Adams Filho, foi um dos líderes do movimento de emancipação de Novo Hamburgo de São Leopoldo que alcançou seu objetivo no dia 05 de abril de 1927. Jacob Kroeff Neto foi o primeiro intendente provisório de Novo Hamburgo. No dia 29 de maio de 1927, Leopoldo Petry elegeu-se como intendente (prefeito) de Novo Hamburgo. Exerceu o cargo de Intendente de 05 de julho de 1927 até 15 de novembro de 1930, quando foi afastado e chegou a permanecer detido, por alguns dias, por não aderir à Frente Única Gaúcha, muito forte na região. Nesse período manifestou-se favoravelmente ao movimento constitucionalista, que questionava o governo de Getúlio Vargas e cujo recrudescimento posterior levaria, entre outras coisas, ao conflito armado de 1932.

Em 04 de agosto de 1931 assumiu como ajudante do Cartório de Notas e Registros de Imóveis de Novo Hamburgo. Em 1934 foi eleito para a presidência da Sociedade União Popular do Rio Grande do Sul, uma instituição criada para atuar na defesa dos interesses sócio culturais da população rural do Estado. Profissionalmente, com o falecimento do titular assumiu o Cartório de Registro de Imóveis de Novo Hamburgo onde permaneceu até sua aposentadoria em 07 de julho de 1947, com quarenta anos de serviço público. Aposentado, voltou a atividade política e elegeu-se vereador em Novo Hamburgo, de 1951 a 1955, tendo exercido a presidência da Câmara Municipal e assumido a Prefeitura, interinamente. Durante a maior parte de sua carreira política permaneceu alinhado ao Partido Republicano Rio-Grandense. Mas na fase final elegeu-se vereador pela PRP – Partido de Representação Popular, ligado ao integralismo.

Leopoldo Petry foi professor, escritor, historiador, jornalista e político. Como professor foi um alfabetizador e como escritor fundou o anuário Der Famillinfreund Calender, em 1911, e o semanário O Cinco de Abril, em 1927. Foi colaborador de vários jornais para os quais escrevia em português, ou em alemão e autor de diversos livros e publicações sobre a imigração alemã e a história de São Leopoldo e Novo Hamburgo. Lançou na década de 50 o livro Carvalhos e Palmeiras, um livro de contos regionais, publicou, em 1957, o livro O episódio do Ferrabraz - Os mucker, obra sobre os colonos do Morro Ferrabraz em Sapiranga -RS que, seguindo a liderança religiosa e messiânica de Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer foram atacados pelo Exército Brasileiro, em 1874, resultando em mortes e prisões. Este livro obteve grande repercussão e sucesso. Em 1957 publicou o livro Pátria, Imigração e Cultura editado pela Federação dos Centros Culturais 25 de julho, de São Leopoldo.

Foi um homem interessado e incentivador dos esportes e da mudança de hábitos alimentares, na busca da preservação da saúde física e mental. Praticava e aconselhava a realização de exercícios e atividades físicas e ao adaptar uma velha bicicleta foi, possivelmente, o inventor da primeira bicicleta ergométrica. Caminhava à noite pelas ruas do bairro onde morava, cultivava legumes e alfafa no pátio dos fundos de sua casa. Foi organista da capela Sagrado Coração de Jesus no bairro Santo Afonso e nos últimos anos de sua vida manteve sua produção literária e dedicou-se a uma campanha de construção de um hospital no bairro Santo Afonso. Em todo material pesquisado e mesmo nas primeiras conversas informais, com seus descendentes, não há referência a origem da patente militar. Na sua autobiografia não há menção alguma ao caminho que percorreu para chegar a patente de major. Não seguiu uma carreira militar tradicional e a patente deve ser honorífica como reconhecimento a serviços prestados, talvez na própria Sociedade União Popular. 

                                                                Arte sobre foto - Paulo Haubert
Leopoldo Petry

Petry foi um patriarca nas relações familiares. Freqüentemente era surpreendido gesticulando e discursando para si mesmo. Repetia muitas vezes, entre os amigos, que a verdadeira alegria de viver resumia-se num velho ensinamento: ‘mens sano in corpore sano’. Adotou um estilo de vida disciplinado e regrado, levantava cedo e pedalava sua bicicleta, sem rodas, no sótão da casa, na sua alimentação não faltava aveia, leite, mel, suco de ameixas pretas, torta de bolacha com creme de manteiga e gemada com vinho. Ao anoitecer recolhia-se para seus aposentos onde lia os periódicos para sua esposa, enquanto ela fazia crochê. Mantinha um lápis preso por um cordão na cabeceira da cama para anotar as idéias que afloravam durante a noite. Na falta de papel apropriado para suas anotações escrevia em tampas de caixas ou em qualquer papel ao alcance da mão. Sua escrivaninha e a banqueta de trabalho eram altas para evitar uma posição cômoda porque segundo ele “a comodidade não favorecia a agilização do espírito”.

Foi o criador da Associação dos Municípios do Vale do Rio do Sinos, incentivador da FENAC, sócio-honorário do Museu Visconde de São Leopoldo, patrono da cadeira número 17 do Instituto Histórico de São Leopoldo. Durante décadas defendeu e organizou uma campanha que visava retificar, através de canalização, o traçado do Rio do Sinos, no trecho conhecido como Baixada. Buscava dessa forma combater os prejuízos e perdas provocadas pelas enchentes do Rio do Sinos e criar, ao mesmo tempo, uma nova área de expansão agrícola na região desenvolvendo, ainda, a navegação comercial e turística.

Leopoldo Petry foi um político polêmico e arrojado. O homem simples e tímido cedia espaço, nas lides políticas, a um parlamentar de excepcional formação intelectual, capaz de liquidar seus críticos e adversários citando, com a mesma desenvoltura, fatos e personagens da antiga Grécia, do Império Romano, do Renascimento e da época contemporânea. Buscou transmitir seu legado político incentivando e abrindo caminho a pessoas de suas relações e parentesco como o médico Wolfram Metzler, seu sobrinho, que foi vereador, deputado estadual e federal e que faleceu durante a campanha eleitoral que o tornaria o primeiro Senador da República, nascido em Novo Hamburgo. Também o empresário e advogado Níveo Leopoldo Friedrich, casado com Luiza Friedrich, uma das filhas de Petry, foi prefeito de Novo Hamburgo e até hoje mantém participação na vida social e política da região.

Leopoldo Petry deixa um respeitável legado que exige mais estudos e reflexão, homem enérgico e gentil, tímido e ao mesmo tempo polemista de tendências autoritárias. Leopoldo Petry faleceu, após uma rápida enfermidade, no Hospital Regina em Novo Hamburgo, no dia 29 de novembro de 1966, aos 84 anos de idade. Recebeu as honras fúnebres no Palácio Municipal e o município decretou luto oficial por três dias. O jornal Correio do Povo, edição de 01 de dezembro de 1966 noticia os atos fúnebres de Leopoldo Petry, com a presença de autoridades do Governo Estadual e da Assembléia Legislativa, das Forças Armadas, do Instituto Histórico e Geográfico do Estado, do Arcebispo de Porto Alegre Dom Vicente Scherer, de prefeitos e vereadores de vários municípios do Vale do Rio do Sinos.

FONTE: Trabalho de pesquisa realizado durante curso de História na Universidade Feevale com documentação material existente no Museu da Imigração Visconde de São Leopoldo e originais do trabalho de pesquisa da historiadora Liene Schutz.   


                                                              Gilnei Andrade                                                            

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Desgovernadora é xingada e vaiada

Aconteceu no dia 31/08/08 na Expointer e a Agência Celeuma publicou:



Um fato ocorrido no último domingo, 31 de agosto, durante a Prova Freio de Ouro na Expointer em Esteio, não teve destaque em nenhum órgão da grande imprensa que temos por aqui. O rapaz na foto fez valer a fama da gaúchada e não engoliu em seco o que tinha a dizer para a Governadora Yeda Crusius. Raquel Santana, de Curitiba, foi a única fotógrafa no local a registrar o ocorrido. Ela disponibilizou a foto para a blogosfera, e não para os "chapaBranca".

                                       Gaúcho desabafa e vai preso


Raquel escreve:
"Na prova mais disputada dentro da Expointer, o Freio de Ouro, um furo de reportagem. O cara ali em cima em pé*, simplesmente ofendeu a governadora Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, com palavrões de baixo calão. A platéia veio abaixo e foi uma confusão. Sob vaias e xingamentos, a governadora atravessou um longo caminho, até chegar ao palanque das autoridades. Do outro lado, sem saber direito o que se passava, fui a única a documentar o fato. Quando soube, a assessoria da governadora queria a minha foto de qualquer jeito. Claro que não dei. Mas o pobre rapaz foi preso. Uma pena, pois isso atenta contra a liberdade de expressão!"
O causo da Expointer tem dois pontos fundamentais. Primeiro, nosso novo ídolo e mártir não posou de louco sozinho ao desacatar a (des) Governadora do Estado. Sequer foi ele quem começou as vaias. Apoiamos irrestritamente o direito de um cidadão se empolgar na hora da merecida vaia à (des)Governadora e dirigir palavras certeiras contra ela. E segundo, o que passa, é que é, no mínimo, absurdo prender o cidadão. Por que não algemaram a arquibancada inteira que vaiava (e talvez dissesse coisas até piores, mas de forma um tanto mais discreta)?

terça-feira, 15 de julho de 2008

UMA GOVERNADORA INSÍPIDA, INODORA E INCOLOR



O anunciado fechamento de 20 unidades de uma das mais tradicionais fabricantes de sapatos do país, a Calçados Reichert (matriz em Campo Bom, no Vale do Sinos), vai criar profundas dificuldades para muitos municípios pequenos do Estado. A empresa está entre as maiores exportadoras de calçados do país, não possui marca própria (só monta para outras marcas) e emprega cerca de 5.500 sapateiros. Em reunião na Famurs, na última quinta, o ex-deputado estadual e atual prefeito de Campo Bom, Giovani Feltes (do aliado PMDB), num discurso emocionado, não poupou a governadora classificando-a de “insípida, inodora e incolor”.

Vários prefeitos, além do próprio presidente da Famurs, consideraram insuportável a omissão do governo do Estado diante da crise do setor calçadista. As queixas são muitas, do transporte escolar aos serviços de saúde, mas a unanimidade é a retenção dos créditos de exportação que Yeda já avisou que não liberará tão cedo. Sobraram também muitas críticas à morosidade com que o governo federal vem se movimentando para aplacar a crise do setor. De Brasília, os calçadistas esperam a desoneração do PIS/Confis e medidas complementares mais fortes como uma taxação ainda maior sobre as importações de produtos chineses.

Postado por Maneco no http://rsurgente.wordpress.com/

domingo, 13 de julho de 2008

PT e PDT dão largada na disputa eleitoral de 2008




Já está no ar o site onde constam todas as informações relativas à candidatura de Tarcísio e Lorena para a Prefeitura de Novo Hamburgo.
Nele você terá acesso às notícias mais recentes da campanha, à agenda dos candidatos e da mobilização. Além disso, é possível fazer conhecer os candidatos a vereador e fazer downloads dos jingles e materiais de campanha.



Para que a nossa militância fique sempre por dentro do que está acontecendo, o site é atualizado diariamente.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Advogado Ruy Noronha retira candidatura a prefeitura de NH




A grande surpresa da noite ficou por conta dos trabalhistas do PTB. Numa fala empolgante e surpreendente, o candidato à Prefeitura pelo PTB, Rui Noronha, abriu mão da sua candidatura em apoio aos nomes de Tarcísio e Lorena para comandar a administração municipal. A partir da noite do dia 2 de agosto, portanto, também o PTB passou a apoiar o grupo de partidos que compõem a coligação Meu Coração diz Sim!.


Novo Hamburgo - O advogado Ruy Noronha anunciou ontem a decisão de retirar sua candidatura a prefeito de Novo Hamburgo pelo PTB. Em reunião à tarde, ele protocolou pedido de renúncia, alegando falta de recursos para a campanha. Noronha também pretende se desfiliar da legenda. O presidente da comissão Provisória do partido, Carlos Finck, disse que a solicitação de renúncia vai ser encaminhada amanhã à Justiça Eleitoral. “O pedido deveria ser arquivado ainda hoje (sábado), mas devido à falta do reconhecimento de firma não foi possível.” Finck acredita que para o PTB a saída de Noronha vai ser bastante Significativa. “Ele é uma boa pessoa.”


Fonte : Jornal ABC Domingo





Política - Reviravolta nas eleições de Novo Hamburgo


03/08/2008 às 10:21


Ruy Noronha, do PTB, anuncia na festa de aniversário de Tarcísio Zimmermann que abre mão de sua candidatura a prefeito de Novo Hamburgo e manifesta seu apoio ao PT.
Tarcísio João Zimmermann comemorou na noite deste sábado, 2 de agosto, seus 54 anos completados dia 24 de julho. No ginásio dos comerciários, o candidato do PT à prefeitura recebeu o abraço de centenas de amigos, militantes, filiados e simpatizantes. Visitantes ilustres como o ministro da Justiça Tarso Genro, o ex-ministro e vice-governador Miguel Rosseto e os deputados estaduais Raul Pont e Ronaldo Zulke. Mas o abraço que mais surpreendeu foi do ex-candidato Ruy Noronha.
Noronha relatou que durante o sábado tomou a decisão de retirar sua candidatura à prefeito depois de realizar uma reunião partidária e confirmar a falta de recursos para a campanha – que já vinha sendo ventilada a mais dias. O presidente da comissão provisória do partido, Carlos Finck, disse que a solicitação de renúncia vai ser encaminhada à Justiça Eleitoral nesta segunda-feira, dia 4. Só não foi feito isto no sábado porque não foi possível reconhecer a assinatura do candidato. O advogado Ruy Noronha compareceu a festa de aniversário de Tarcísio Zimmermann acompanhado da esposa, do presidente do partido, Carlos Finck e de candidatos a vereadores pelo PTB. Porém foi notado a ausência dos vereadores do PTB: Renan Schaurich e Jesus Maciel Martins.
A presença de Carlos Finck na atividade festiva do PT deixa em evidência uma posição da presidência do PTB em não lançar uma outra candidatura própria. Desta forma, é de conhecimento público que permanecem na disputa do cargo de prefeito de Novo Hamburgo, apenas três candidatos: Tarcísio Zimmermann, Jair Foscarini e Ralfe Cardoso.

FONTE : Novohamburgo.org

quarta-feira, 2 de julho de 2008

15. Mais um gaúcho na Capital Federal

Cheguei em Brasília, no final de junho de 2008...


...viajei a trabalho, acompanhando uma comitiva do Vale do Sinos, 
empenhada em buscar soluções para o problema rodoviário da 
Região Metropolitana de Porto Alegre, especialmente o esgotamento da BR 116.


Mas também aproveitei para visitar meu irmão, Gilson Andrade,...que trabalha na Caixa..
 Não fui em busca do ouro, embora tenha visto ouro na terra,..



Brasília é uma cidade de decisões, muitas reuniões...


 
 ... e muitos negócios. Na foto, Miguel Schmitz, do Gruposinos, falando 
das vantagens  do Ministério dos Transportes anunciar no jornal NH (rsrsrs).


Em Brasília os adversários sentam-se,
 lado a lado, defendendo interesses comuns...



 

  ... enquanto as reuniões se sucedem.



No final de junho, a cidade estava de luto, 
pelo falecimento da ex-primeira-dama Ruth Cardoso.



Em Brasília sempre nos sentimos próximos do poder,


Em Brasília os espaços são amplos, 
todo o perto é muito longe 
e o céu aproxima-se da terra...
O urbano e o rural coexistem.
 e se não fosse o clima seco,
 seria o nosso pampa, 
o mesmo horizonte que se perde no olhar.



 
 Brasília é bela por sua natureza e bela pela sua arquitetura.



Em Brasília a genialidade de alguns, 
uniu-se ao trabalho de muitos.  
Mas sempre sobra tempo para um barzinho 
ou para prosear com  Juscelino...
mas a prosa com ele tem que ser séria
porque senão dona Sara nos xinga.
A magia de Brasília é tanta que você se pergunta 
se é uma foto ou  uma pintura?
É parte da cidade ou 
é uma obra de arte que fotografei?



                                                                                                           Gilnei Andrade

segunda-feira, 16 de junho de 2008

PDT apoia o PT à prefeitura de Novo Hamburgo






A definição saiu durante convenção do partido realizada no sábado, dia 14, onde foi escolhido o nome da vereadora Maria Lorena Mayer para compor a chapa majoritária
O Partido Democrático Trabalhista – PDT definiu em convenção realizada no sábado à tarde, no diretório dos trabalhistas, por 39, dos 45 votos, foi definido que a vereadora e enfermeira, Maria Lorena Mayer será a vice do partido na chapa majoritária do Partido dos Trabalhadores – PT, a qual tem como pré-candidato a encabeçar o pleito, o deputado federal Tarcísio João Zimmermann. A contagem dos votos foi acompanhada pelo parlamentar que comemorou muito e de mãos dadas com a vereadora e os demais correligionários que estavam na convenção.
A vereadora Lorena Mayer relatava durante o encontro que a decisão pessoal dela é recente e que só havia sido tomada no início deste mês depois que ela obteve o apoio familiar para esta decisão de ser vice na chapa de Tarcísio. Para ela a disputa será difícil mas que a partir do momento que o PT decidiu abrir o leque e colocou ainda na base partidos como o PR, PRB, PCdoB e PP demonstrou que está acompanhando a nova realidade do país, onde é cada vez mais necessário a união de forças para que objetivos comuns sejam alcançados.
Tarcísio Zimmermann ainda trabalha para buscar o apoio do PTB a chapa que disputará o pleito em outubro próximo. O que esta sendo divulgado até o momento pelo PTB é que o seu presidente o advogado Ruy Noronha é o candidato natural a encabeçar uma chapa a prefeitura da cidade. Hoje a noite, a partir das 19h30, na Câmara de Vereadores, os integrantes do PTB se reunirão e prometem discutir a composição da vice-presidência.

16/06/2008 às 13:13

sábado, 14 de junho de 2008

A deputada federal Yeda Crusius e a tese do impeachment





"A crise é política e moral. É muito profunda. Em todos os lugares por onde andamos e ainda através do e-mail ou do telefone, as perguntas que ouvimos são sempre as mesmas: "que crise é esta? Qual é o seu tamanho? Como enfrentá-la?". Quando falamos com gente de todo tipo, gente simples, iletrada e letrada, a pergunta é: não é caso de impeachment?”.“Nós, com nossa ação política, dizemos: se todos - poder legislativo, imprensa, Governo, Ministério Público - respondermos dizendo sim, com seriedade e responsabilidade, às investigações; se todos pudermos juntos, acima dos partidos, enfrentar o que precisa ser mudado para consertar o estrago, pode-se sim chegar à conclusão de ser caso de impeachment. O voto levou S.Exa. para a Chefia do Executivo. Se tudo que se comprovou até agora se confirmar, o voto o tirará daí."


Trecho do discurso da deputada federal Yeda Crusius, no dia 14 de julho de 2005, no plenário da Câmara Federal. Como diz o ditado popular " o peixe morre pela boca o homem (nesse caso a mulher) morre pela palavra.


Artigo de Eugenio Neves postado por Marco Aurélio Weissheimer no blog http://rsurgente.wordpress.com/

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Observatório NH (IV)



Do Jornal O Popular 

Coluna 04

Quem tem coragem deixa saudade

* Do blog do jornalista Jeison Rodrigues (http://www.jeisonrodrigues.com/) trascrevo uma postagem, datada de 2007, que fala do PSDB local:

* “...Se o partido diz ter bons candidatos, qual o motivo de não ter um próprio em 2008? A ousadia morreu junto com Redecker? O PSDB só era o que era por causa dele? Sem ele, volta ser partido de segunda linha? Há uma boa lista de tucanos descontentes com a gestão peemedebista. Acham o governo fraco. Redecker se foi. Não estará em cena para atrair apoios, sejam políticos ou financeiros. Mas a ousadia dele pode permanecer viva. Ou vai faltar coragem no próximo ano? ”

Afinal que show é este?

* Não pode ser apenas atrapalhação, deve ser uma competição;
* Estão fazendo um verdadeiro show prá ver quem arma a maior lambança;
* Vamos lembrar alguns dos concorrentes porque, em 2008, eles estão dando um show:
* 01. A comemoração do Dia das Mães dos comerciantes locais com presentes’ made in Ibitinga’;
* 02. O gambazinho que passeou nos corredores e quartos do Hospital Municipal ‘urinando e andando’ com a saúde pública municipal;
* 03. O naufrágio do barquinho da Defesa Civil demonstrando nosso ‘preparo’ contra qualquer intempérie;

Um show de descaso e trapalhadas

* Para reverter essa situação negativa e difundir uma imagem forte e positiva a Administração Municipal armou seu palanque e organizou vários shows nos bairros da cidade;
* Os shows começaram nos palcos, foram barrados na Justiça e vão terminar na Delegacia de Polícia;
* Além de campanha descarada do prefeito e do desperdício de recursos públicos os animadores dos shows, entre eles um servidor público, promoviam um festival de baixarias e ofensas contra as mulheres, justificavam a violência doméstica e ridicularizavam a Lei Maria da Penha, criada para proteger as mulheres;

Chamem o Chapolin Colorado!!!!!!!!!!!

* Emergência do hospital lotada, filas madrugadas afora nos postos de saúde com temperaturas abaixo de zero, o já famoso ‘gambazinho’ e as famílias recebendo aviso da data do exame para seus familiares que faleceram esperando. MAS NA PROPAGANDA, A SAÚDE VAI BEM. Como diria Chapolin Colorado: Quem poderá nos defender?Quem?

sábado, 7 de junho de 2008

Feijó grava Busatto e acirra crise

Reportagem Especial




A divulgação pelo vice-governador Paulo Feijó de um diálogo de 22 minutos e 10 segundos com o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, criou um abismo ainda maior entre a governadora Yeda Crusius e seu substituto e aprofundou a crise política do Estado. Na conversa, Busatto diz a Feijó que o Detran e o Daer foram "fontes de financiamento" para todos os governadores.
- Hoje é o Detran, no passado foi o Daer - afirmou Busatto na gravação, citando em seguida o Banrisul.
O comentário do chefe da Casa Civil foi feito em resposta a críticas do vice à forma como o governo do Estado tratou a corrupção no Detran. Feijó entregou a gravação à CPI do Detran, que a divulgou na tarde de ontem.
O efeito nos poderes do Estado foi arrasador. Com um texto manuscrito na mão, o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto (PPS), partiu para o ataque ao tentar explicar a conversa gravada com o vice. Na primeira manifestação pública após a divulgação do áudio, ele acusou Feijó de mau cárater, safado e baixo.
- Por que ele quer o meu mal? Porque ele é um golpista que quer dar um golpe para ser governador a qualquer custo, fazendo tocaia e jogo sujo - afirmou o secretário.Apesar da repercussão do fato, Busatto não entregou o cargo e disse que pensará sobre o assunto no final de semana. A governadora se manifestará até domingo.Após consultar um advogado e a família, Busatto deu sua versão à imprensa por volta das 18h30min. Depois de confirmar o conteúdo do diálogo, reclamou da interpretação sobre o episódio:
- A gravação não tem nada que possa me desonrar.
Sob gritos de estudantes que cercaram o palácio, o secretário falou por 20 minutos com jornalistas e teve a entrevista interrompida por um chamado da governadora. Antes de responder a perguntas, Busatto fez um relato sobre o motivo do encontro com o vice e demonstrou indignação.
- Fui em missão de paz para evitar uma CPI do Banrisul. Me sinto vítima de uma armadilha safada e de uma atitude baixa. Ele não é um homem honrado e não está à altura da política gaúcha - disse o secretário.
Indagado sobre a suspeita de que o Banrisul financiaria as campanhas eleitorais do PMDB e o Detran as do PP, como dão a entender suas declarações gravadas, o chefe da Casa Civil respondeu:
- Eu dei o exemplo de como a partilha política é feita e como um governador tem de fazer para poder viabilizar a sua maioria. Ou seja, ele tem de lotear a máquina pública.Busatto complementou:
- Cada cargo em comissão (CC) tem de pagar até 30% do que ganha para sustentar os grandes partidos. Eu abomino isso. Tenho de trabalhar dentro das regras do jogo.
Por volta das 20h, o porta-voz do governo, Paulo Fona, disse que Feijó deve ficar cada vez mais isolado.
- Não há como trabalhar e confiar num vice-governador que chama um subordinado dele, como o chefe da Casa Civil, e grava a conversa - relatou Fona.Na noite de ontem, o porta-voz afirmou que a governadora deve se manifestar até domingo sobre mudanças no primeiro escalão.



Disponível no site da internet do jornal Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora

sexta-feira, 6 de junho de 2008

14. Trinta anos numa noite

  Cabe toda existência numa vida
assim como cabem trinta anos numa noite

pois mesmo fechada a ferida

não se apaga a memória da dor do açoite.


Que nos proteja e nos guarde 
nosso anjo destinado

aquele que nunca nos abandona
 nem aqui , nem além.


Que seja para sempre 
lembrado e venerado

o nome daqueles que,
 desde o início 
dos tempos, promovem o bem.


Que nos momentos 
de dor e sofrimento

abra-se o véu da nossa 
memória do universo

e por apenas um momento
possamos chamá-lo pelo nome 
que ele apresentou-se a nós
em nosso primeiro encontro, 
tanto tempo atrás.


Santo Anjo do Senhor

meu zeloso guardador,

permanece caminhando a meu lado

renova a cada dia 
no meu corpo físico a energia vital.

Porque aquilo que não posso lembrar 
eu consigoo sentir
                                                           e a sensação de tua presença                                                     me faz feliz, determinado e disposto
 a descobrir o caminho que leva a realização
 da missão de minha vida.


O universo é energia viva que pulsa

em cada um de nós,

somos todos seres cósmicos

parte de um mesmo todo ...


Gilnei Andrade

TRE mantém liminar que impede shows em Novo Hamburgo

                                   O PT alega que os shows seriam uma forma de propaganda em ano eleitoral.





Novo Hamburgo - O pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TER) manteve a decisão de conceder liminar contra a realização de shows pela Prefeitura de Novo Hamburgo em bairros do Município, movida pelo PT contra o prefeito Jair Foscarini (PMDB).

O PT alega que os shows seriam uma forma de propaganda em ano eleitoral. Em Novo Hamburgo o pedido de liminar havia sido negado, mas o TRE o concedeu. A decisão de ontem do pleno do TRE foi unânime e agora o processo volta para Novo Hamburgo.

Segundo o advogado e presidente do PMDB, Hélio Feltes, mesmo alegando que atividades como essas são comuns no Município nesse período, em decorrência do aniversário da Cidade em abril, o TRE manteve a decisão. ‘‘É uma decisão judicial e nós temos que acatar. Até agora só teve decisão sobre a liminar, o Jair ainda não teve oportunidade de contestar o mérito’’, alega Feltes. A partir do momento que a Justiça hamburguense convocar o prefeito para apresentar sua defesa, será possível contestar o mérito, mas pode ser tarde. ‘‘Vamos contestar quando tivermos oportunidade, mas pode não ter mais objeto. O último desses eventos deveria ocorrer no dia 22 deste mês’’.

A volta para o Município do processo é esperada para o início da próxima semana.




6/6/2008 - 08:04



Site do jornal NH http://www.jornalnh.com.br/


quarta-feira, 4 de junho de 2008



Segura essa bomba, prefeito!








Novo Hamburgo virou sinônimo de deboche.
É o trem que não vem, é o empresário que queima a mulher viva, foge da cadeia e fica livre, é o guri que aos 16 anos já carrega nas costas o peso de 12 mortes, são os motoristas barbeiros que quebram recordes de velocidade onde não é permitido correr…
E é somente desta forma que Novo Hamburgo vira notícia.
Enquanto isto, a elite da cidade, com seus projetos de embelezamento das praças e das entradas, pórticos, plumas e paetês, se preocupa com a aparência de Novo Hamburgo. Isto desvia o olhar da periferia, daquela zona pobre, mas recheada de eleitores. É lá que o prefeito e seus asseclas completam o quadro da vergonha.
Saiu na Carta Maior, para todo o Brasil ver: Novo Hamburgo trata a violência contra a mulher como uma piada.
O motivo? A prefeitura promoveu um teatro que tem no roteiro gracejos relacionados à agressão contra as mulheres. É algo lamentável, nojento, do tipo “mulher de gaúcho se acostumou a apanhar”.
A mulher do prefeito nunca se acostumaria a apanhar. Ela faz um trabalho brilhante em Novo Hamburgo de prevenção à violência doméstica. Aposto que é quem mais sente vergonha do tal teatro bizarro. Espetáculo este comandado pelo coordenador municipal de Defesa Civil, que também é ator, comediante e aspirante a autoridade policial.
Em ano eleitoral, isto é mais do que pisar na bola. É ser mais baixo culturalmente do que o ex-prefeito que esqueceu o Papai Noel no armário e trouxe o Mixaria para celebrar o Natal. E mais do que isso: é brincar com um problema sério que a primeira-dama, a delegada e tantas outras mulheres batalham incansavelmente para acabar.
Em tempo: “A Carta Maior deve ter forjado a notícia”, deve ser a aposta de alguns. Afinal, isto não deu no “jornal da cidade”, aquele mesmo que é visto como lei por aqui e que nunca destina linha alguma para questionar as ações da Prefeitura. Deve ser por que não sobra espaço, já que a própria Prefeitura paga - e paga bem - para encartar neste jornal suas propaladas realizações - as mesmas que aparecem em out-doors ou no horário nobre da Globo.

Coluna do Rafael Geyger no site http://www.novohamburgo.org/
03/06/2008 às 18:47

Na internet a Prefeitura é contra a violência


Encontro da Rede Pró-Mulher debate danos da violência

em crianças e adolescentes




Iris Foscarini, 1ª dama de Novo Hamburgo



Publicado em 27/05/2008 às 06:53
no site oficial da prefeitura:


Os danos psicológicos causados pela violência a adolescentes e crianças foi o tema debatido na terceira reunião do curso de capacitação da Rede de Atendimento e Apoio à Mulher (Pró-Mulher). O encontro, que aconteceu nesta tarde no Auditório do Centro Administrativo Leopoldo Petry, reuniu 60 pessoas. Foi palestrante a psicóloga e coordenadora do Núcleo Integrado de Estudos Psicanalíticos de Novo Hamburgo (NIEP-NH), Eneida Suarez. Iris Foscarini, primeira-dama e titular da Coordenadoria Municipal da Mulher (CMM), salientou aos participantes que toda informação adquirida durante o curso deve ser levada adiante. “Nós precisamos multiplicar esse conhecimento nas escolas, no ambiente de trabalho, no grupo da igreja, em todos os lugares. A indignação precisa fazer parte da nossa ação”, ressalta.

Eneida dividiu a palestra em dois momentos. No primeiro falou sobre os danos da violência de maneira geral, enquanto no segundo, explicou os males que ações agressivas provocam especificamente em crianças e adolescentes. “Se temos um adulto violento é porque viveu isso quando criança. A violência se dá na forma física, psicológica, sexual e através da negligência”, comenta. Conforme a psicóloga, os agentes comunitários têm o dever de denunciar, cuidar, acreditar na existência de maus tratos sofridos e mostrar que algo pode ser feito, rompendo o círculo de agressão.

A agente comunitária do bairro Rondônia, Elisandra Rosa Lourenço, 34 anos, aprovou o assunto debatido no encontro desta segunda-feira. “Eu conheço casos de mães que são agredidas e submetem seus filhos a esse ambiente. O tema deveria ser estendido às escolas”, conta. Já a professora Cláudia Sträher, 30, está multiplicando o aprendizado na escola que dá aula. “Como educadora você percebe atitudes e comportamentos dos alunos que podem ser reflexo de violência doméstica. No curso nós aprendemos a identificar esses sintomas”, diz. Entre eles, estão o baixo rendimento escolar, ansiedade, depressão, conduta agressiva e até o isolamento.
(...)
A Coordenadoria Municipal da Mulher foi criada pela atual administração com o intuito de minimizar os traumas que as agressões domésticas podem causar em crianças, adolescentes e mulheres. São integrantes do conselho cidadãos que trabalham nas áreas de saúde, psicologia, segurança, assistência social, habitação e educação, além de conselhos, ONGs, associações comunitárias, abrigos, núcleos e hospitais.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Observatório NH (III)

Do Jornal O Popular

Edição 03


As armas da oposição

*Superado o episódio Airton,confirma-se a aliança PT/PDT;
*O PDT deverá indicar, nos próximos dias, o candidato à vice-prefeito de Tarcísio Zimmermann;
*Estão bem cotados os trabalhistas Maneco Johann, Laci Brenner e a vereadora Lorena Mayer. Apesar da expectativa na cidade, quem vai decidir é o PDT;
*Prosseguem, com boa desenvoltura, as conversas do PT com o PTB e o PP;
*Outro nome que transita muito bem, inclusive entre os filiados do PT, é o advogado Ruy Noronha. Acrescenta a sua exitosa trajetória profissional, como advogado, também a competência política;

Situação “bate cabeça”


* Com o veranico de maio baixou a neblina no Palácio Municipal e a turma, que já era atrapalhada, passou a se bater nos corredores e gabinetes;
* Alguns acontecimentos, se não fossem tragicamente verdadeiros, renderiam boas piadas:
* O primeiro: o barquinho da Defesa Civil, lançado tardiamente às águas para o auxílio aos flagelados afundou. Alguém esqueceu de fechar o tampão e o barquinho também precisou de socorro...
* No meio da enchente, o decreto de calamidade em Novo Hamburgo falava da “falta de chuvas e da abertura de poços”...Só se for para alguém se esconder dentro...

Cartão vermelho

* Uma figura forte e muito contestada da política local vai pro chuveiro mais cedo. A cassação de Ito Luciano encerra um ciclo na política local.
* Será grande a choradeira por tratar-se do vereador com o maior número de apoiadores encaixados na Administração Municipal. Mas, nos corredores do nono andar do Palácio Municipal algumas pessoas tentam disfarçar um sorrisinho no canto da boca;

Do Ibama e de Ibitinga

* Não é conversa da oposição: o mais conhecido colunista, do maior jornal da cidade relatou, dias atrás, o passeio de um gambazinho nos quartos e corredores do Hospital Municipal. Talvez fosse o caso de fazer um convênio com o Ibama ou nomear um veterinário para a chefia do Hospital;



* Só mais uma: no fim de semana do Dia das Mães a Administração Municipal autorizou a realização, na Fenac, da Feira de Ibitinga. Os lojistas e os comerciantes locais organizaram um protesto, na abertura da feira e garantiram o apoio a Foscarini ...prá ser Prefeito de Ibitinga...

domingo, 1 de junho de 2008

O curioso conceito de cultura popular da prefeitura de Novo Hamburgo


A prefeitura de Novo Hamburgo vem promovendo shows em bairros populares da cidade, com a apresentação de bandas e distribuição de brindes. Nestes shows, são promovidas obras da prefeitura e o prefeito Jair Foscarini (foto), do PMDB, é apresentado como atração especial.




A Justiça Eleitoral já determinou a suspensão dos shows em virtude da óbvia exploração eleitoral dos mesmos. Mas o caso não pára aí. No show realizado no dia 18 de maio, no bairro Santo Afonso, os animadores do evento divertiram-se contando uma piada, cujo tema era a violência contra a mulher e a lei Maria da Penha. A transcrição da narração dos animadores mostra o altíssimo nível do evento cultural promovido pela prefeitura para a população de Novo Hamburgo:


Rogério Forcolen – A prefeitura fez um evento pra trazer pro bairro, pro povo, poder curtir a sua festa, porque todo bairro de Novo Hamburgo merece ser valorizado com os artistas.

Jaime Oliveira: Ô Nerci....

Rogério Forcolen: Fala meu galo

Jaime Oliveira: O cara vai lá, surra a muié, deixa com o olho, com um bandeide gigante, uma atadura por baixo. Tu tem uma história sobre isso né? Sobre esse assunto.

Rogério Forcolen: A mulher carioca, uma mulher paulista e uma gaúcha se reuniram para falar sobre a sua vida conjugal. Aí a carioca disse: Lá em casa eu me rebelei, não faço mais nada que aquele sem vergonha quer, eu não lavo mais a roupa dele, não lavo mais a louça, não faço mais nada. Ah é?? O que aconteceu???Ah, no primeiro dia não vi nada, eu mandei ele levar a louça e não vi nada, no segundo dia também não vi nada, mas no terceiro dia ele já começou a lavar tudo. Aí a paulista falou: É eu também me rebelei lá em casa, também não esfrego mais o chão, não lavo mais nada, eu disse pra ele, se ele quiser lavar as janelas, se ele quiser lavar as janelas que lave. Aí elas perguntaram. Aí o que aconteceu??? Primeiro dia não vi nada , no segundo não vi nada, mas no terceiro ele começou a lavar tudo. Aí a gaúcha falou: É eu também me rebelei lá em casa, disse que não lavava mais nada pra ele, não fazia o churrasco, não fazia mais nada. E elas. E aí????No primeiro dia não vi nada, no segundo dia não vi nada, no terceiro também não vi nada, no quarto não vi nada, lá pelo quinto quando começou a desinchar os óio, eu comecei a enxergar de novo.

Jaime Oliveira: Tomo-lhe umas bem forte....

Rogério Forcolen: E a Maria da Penha pegando... e a Maria da Penha pegando....



Postado por Marco Aurélio Weissheimer

no Blog RS URGENTE

Política, Economia, Cultura & Outras Amenidades

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Observatório NH (II)

Do Jornal O Popular

Edição n° 02

A 'vaquinha' dos trapalhões

* Confirmando a fama de muito atrapalhada a Administração Municipal não conseguiu nomear o super secretário Mário Selbach;
* A trapalhada foi tamanha que o prefeito vetou a própria lei que criava o cargo. Não nomeou o super secretário numa secretaria secundária nem para o 2º ou 3º escalão;
* A solução encontrada foi fazer uma 'vaquinha' entre os dirigentes do PMDB e colocá-lo a disposição do prefeito;

Uma eleição polarizada

* A disputa eleitoral, em Novo Hamburgo, aponta para uma bipolarização antecipada:
* De um lado o PMDB que, apesar dos poucos aliados, conta com o impacto vitaminado da máquina administrativa inchada;
* Do outro lado o PT que saiu na frente nas conversações porque sabia que “boi lerdo bebe água suja”;

Alianças
* O partido de Tarcísio Zimmermann que busca construir uma grande aliança já está acertado com o PR e o PRB;
* Continuam as reuniões e as conversas com o PDT, PTB, PP, PCdoB e com o bloco PV, PPS, PHS e DEM;
* Até o PSB, que está nas contas do PMDB, perdeu a paciência e voltou a conversar com o PT;
* O desafio do PT é conduzir a definição do nome para vice-prefeito, sem desmanchar a grande aliança. Definir um dos cinco nomes apresentados será um duro teste para a habilidade do partido da estrela;


A luz e a escuridão

* O Ministério Público quer saber: por que mais de 160 mil reais foram desperdiçados com painéis eletrônicos que ninguém pediu, em locais que ninguém escolheu e num tamanho que ninguém vai enxergar? Mas não vamos culpar a Câmara Municipal como um todo, dessa vez o desperdício tem nome e sobrenome: ITO LUCIANO.





* Por que esse dinheiro, ao invés de letreiros luminosos da Câmara, não ilumina a inteligência de alguém para acabar com a vergonha exposta na porta da nossa Biblioteca Pública Municipal?

domingo, 11 de maio de 2008

Jayme Caetano Braun


Jayme Caetano Braun é um poeta gaúcho consagrado em todo o Brasil, lido também no Uruguai, no Chile e na Argentina. Repentista como ninguém, escreveu oito livros de poesia carregada de telurismo, entre eles "Potreiro de guachos", "Brasil Grande do Sul", "De fogão em fogão", "Pátria – Fogões – Legendas", "Bota de Garrão", "Galpão de estância" e o melhor de todos: "Paisagens perdidas".


"E um dia, quando souberes
Que este gaúcho morreu,
Nalgum livro serás eu
E nesse novo viver
Eu somente quero ser
A mais apagada imagem
Deste Rio Grande selvagem
Que até de morto hei de querer!"

Foi a genialidade e a prática que consagraram Caetano Braun. E, acima de tudo, a sua grande sensibilidade para o heróico e o animismo que impregnam a sua obra. É este mesmo animismo, que ele "bebeu no leite da infância e no churrasco da juventude" como disse Ruy Ramos, presente em tudo o que canta e escreve.
Trata animais, coisas, objetos e até os fenômenos meteorológicos como pessoas, exatamente como faz o índio de qualquer nacionalidade, familiarizado com a terra – irmã e não inimiga. Caetano tuteia botas, pelegos, ponchos, facas, laços, cuias, erva-mate, galos de rinha, cavalos; fala – sem dialogar porque dialogar seria pedantismo – com o vento, com taperas, com a chuva e com uma infinidade de objetos de uso campeiro, na maior intimidade. Esta é a grande herança materna do Caetano Braun: o animismo que o torna tão íntimo do cosmo, tão guarani! Gente assim – índios e Caetanos Brauns – estendem seu humanismo sobre todas as coisas e seres, como São Francisco de Assis e como Buda.
Ninguém é humano se discrimina alvos dos seus afetos, maniqueísticamente como fazem as doutrinas absolutistas, os fanáticos de quaisquer idéias – católicos, maometanos, fundametalistas, comunistas, nazistas. O amor é universal: não discrimina cor, sexo, raça, bandeira, religião, nem natureza.

Tanto isto é verdade que apesar de tanto amar o seu berço – "de todos os sentimentos humanos, nenhum é mais natural do que o amor pela aldeia, pelo vale ou pelo bairro em que vivemos os primeiros anos" (J. Ingenieros) – o poeta demonstra carinho por todos os povos que sintonizam com o sua alma, englobando-os no seu "Brasil Grande do Sul" num grande abraço. Vem confirmar as palavras de Tolstói: "Quanto mais regional o escritor, quanto mais fale da sua aldeia, mais universal ele se tornará".
Assim, "al compás de la vigüela", carradas de sentimentos são descarregados da carreta dos seus livros, carregada de saudade, pelos lábios do "payador". Não há quem não o entenda, porque ele fala a linguagem do coração.

Figueira pampeana

Caetano Braun é uma figueira pampeana, a árvore que melhor simboliza, junto com a corticeira, o Rio Grande do Sul: forte, imponente, majestosa, imune a vendavais e tormentas. E, principalmente, bela, xucra e solitária, que não se agrupa em comportados reflorestamentos despersonalizantes como os clones de Pinus eliotis. Seus galhos longos são braços que abrigam ninhos de passarinhos: mas são passarinhos cantores...

Jayme Caetano Braun é uma majestosa figueira: raízes bem fincadas na terra, como o gaúcho orgulhoso dos seus pagos natais, copadas voltados para ao alto, querendo agarrar o céu. É a perfeita representação do verdadeiro tradicionalista: idealismo sem preciosismos nem limites, mas com pés no chão... ou bem firmes no estribo – em "estriberos de dedo".
É o poeta do "Galo de Rinha"
– "E se alguém dobrar-me a espinha, / há de ser depois de morto!"

do "Tio Anastácio" –
"Entre a Ponte e o Lajeado / Na venda do Bonifácio / Conheci tio Anastácio ..."
da "Bota de garrão" –
"... / rude – bárbaro e singelo, / o meu Rio Grande pagão / é uma Bota de Garrão / no Mapa Verde Amarelo!"

da "Milonga de Três Bandeiras",
– "Vieja milonga pampeana / hija de llanto y vientos,"

do "Payador, pampa e guitarra"
– "Payador – Pampa e Guitarra / Guitarra – Payador – Pampa / três legendas de uma estampa / onde a retina se amarra;"

do "Bochincho" – "Qual ia ser o meu fim, / me dei conta – de repente, / não vou ficar pra semente, / mas gosto de andar no mundo, / me esperavam na do fundo, / saí na porta da frente..."

do "Galpão de estância" – "Sala grande, chão batido, / Onde passei minha infância..."

do "Morreu o Jacinto Louco" – "Mas a vida foi mais louca, / do que o louco que morreu, / porque só tinha de seu, / uma gaitinha de boca;"

do "Vento Sul" – "De poncho azul, / pingo de gelo, / é o vento sul, / cruzando em pêlo!"

do "Gaitaço" – "Já pedi a Deus e ao demônio / que me livrem de balaço, / quero morrer de um gaitaço / num baile de Santo Antônio!"

das "Paisagens perdidas" da sua infância – "Paisagens de sombra e luz, / como é que pude perdê-las?"

Será que o Jayme Caetano Braun morreu, mesmo? Parece-me ainda ouvir, vindos "do fundo das grotas de um funeral guarani" os seus inconfundíveis versos gaguejantes:

"O tempo fica pra trás,
mas eu confesso que sinto,
pela força do instinto
na saudade me enfumaço:
– perde o Rio Grande um pedaço
já não tem mais o CAETANO!"

Colaboração de Ubiratan da Cunha Guilherme
Tradicionalista e Acadêmico de Relações Públicas da Faccat

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Observatório NH (I)


Jornal O Popular


Edição nº 01




O ‘Pialo’ de Airton e o rumo do PDT



* Quem acompanha a movimentação política local deve estar surpreso com o ‘pialo’ do ex-prefeito José Airton dos Santos ;
* O ex-prefeito do PDT não caiu do cavalo só uma vez. Em duas ocasiões o PDT manifestou a disposição de não ter candidato próprio. Depois aprovou a indicação de um candidato (a) a vice-prefeito na chapa com o PT;
* A decisão do diretório do PDT, instância partidária legítima para tal, demonstra coragem dos atuais dirigentes e firmeza dos pedetistas que buscam recolocar o partido num rumo popular e trabalhista;
* O ex-prefeito, homem de negócios, acusa a atual direção de estar vendendo o PDT. Mas o real motivo de sua inconformidade é outro: ele não aceita ser rejeitado dentro do partido que pensava ter comprado, pouco antes da eleição de 1996, quando veio de mala, cuia e guaiaca cheia do PRN de Collor de Melo para o PDT;

Alarme no PMDB

* Já no PMDB da Administração Municipal disparou o alarme e a correria para desligar a sirene é grande. As trapalhadas para a nomeação do jornalista Mário Selbach, o super secretário, são prova disso;
* O atual prefeito para garantir a contratação do futuro assessor teceu tantos elogios que parecia estar anunciando a contratação de um prefeito. Só faltou dizer: ‘Agora a coisa vai...’;
* Prá complicar, como alertou sabiamente o Dr. Ruy Noronha e repetiram vereadores de oposição, a Lei aprovada ultrapassa os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e será vetada. O super secretário, apesar das suas mil e uma utilidades, será lotado numa secretaria ociosa ou num cargo de segundo escalão;
* O prefeito já apostou, outras vezes, em "salvadores da pátria". A troca freqüente de secretários e assessores é uma das poucas marcas de sua gestão. Desde que assumiu, em 2005, o prefeito já trocou 11 titulares do primeiro escalão;
* Desse time, com esse técnico, o novo secretário precisa vender boa imagem, divulgar vitórias e construir uma agenda positiva. Nem precisa ser doutor em propaganda e marketing para saber que quando o conteúdo é muito ruim, mudar o papel do embrulho não resolve;

Poucas companhias

* Por coisas como essas é que, apesar dos muitos cafés e jantas, as conversas do PMDB com possíveis aliados estão cada vez mais restritas;
* Mas o que esfria mesmo o café e torna indigesto jantar com o PMDB é que cada um dos convidados já foi vítima de acordos rompidos pelo PMDB. Na política de nada valem os acordos assinados, mas há algo que vale muito: é a confiança, algo que só se perde uma vez;






* Por isso até os tucanos desconfiam do PMDB. Afinal Redecker, o filho, sabe que o PMDB após anunciar aliança com Redecker, o pai, na imprensa estadual (ZH, edição de 03/12/2003, pág. 12) cozinhou o galo (ou foi o tucano) até o início de junho de 2004, quando dispensou o aliado emplumado;
* Desasado, o PSDB teve que improvisar e se jogar na travessia eleitoral embarcado numa canoa furada pela esperteza peemedebista.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Museu Histórico Visconde de São Leopoldo

Desde a década de 40 se discutia em São Leopoldo - RS, a criação de um museu voltado à imigração, mas no contexto da Segunda Guerra Mundial e de nacionalização essa idéia não era bem vista.
Em 1950 foi retomada a idéia, mas a criação efetiva do Museu só foi ocorrer em 20 de setembro de 1959 com a criação do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo. O idealizador do Museu foi o Prof. Telmo Lauro Müller e de sua fundação participaram dez municípios : São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Taquara, Rolante, Montenegro, São Sebastião do Caí, Feliz e Nova Petrópolis.

O Museu é uma entidade cultural privada, sem fins lucrativos, mantido por uma associação de amigos e a diretoria tem mandato de 3 anos. Seu acervo é formado por louças, móveis, instrumentos musicais, bandeiras de antigas sociedades, medalhas, alvos do tiro-ao-alvo, móveis, livros, jornais, documentos, fotografias.

Faz parte dos bens do Museu a histórica Casa da Feitoria Velha, a Feitoria do Linho–Cânhamo, criada em 1788 pelo Governo português. Em 1824 ela foi desativada por D. Pedro I e por sua ordem lá foram albergados os primeiros imigrantes alemães.

Em 1941 a Casa da Feitoria foi comprada pela Prefeitura e restaurada. Nela foi instalada e funcionou por 35 anos a Escola Estadual Dr. João Daniel Hillebrand. A casa reclamava novamente restauração que foi feita pela Prefeitura.

Mas pelo valor histórico dela, a municipalidade entendeu passá-la para o Museu já que ela é o começo da história leopoldense. Após as melhorias, o Museu fez salas temáticas com muito acervo que hoje lá está e fala de nossa história.

O acervo do Museu soma mais de 1.000 peças, 8.000 fotografias, 20.000 jornais (boa parte em alemão), 9.000 livros (biblioteca de interesse específico), 800.000 documentos e está em exposição em sua sede central com 846m² .
Este acervo foi reunido através de doações das comunidades alemãs da região nos 45 anos de sua existência.
É talvez o acervo sobre imigração alemã mais rico do Brasil. Ainda hoje recebemos doações de objetos, livros, documentos, jornais, fotografias, cartões postais, mapas, móveis, etc.

Sede própria (1º etapa) inaugurada em 1985:
Av. Dom João Becker, 491
93010-010 São Leopoldo
Tel: (051) 3592 4557
e-mail: museuhistoricosl@terra.com.br

FONTES DESSA PESQUISA:

* Site do Museu na Internet

* WEBER, Roswithia. Mosaico Identitário: História, Identidade e Turismo nos Municípios da Rota Romântica - RS. Porto Alegre, 2006. Tese (Doutorado em História - Inst. de Filosofia e Ciências Humanas, UFRGS.)

13.

Era uma vez 

Era uma vez
um lugar selvagem,
habitado por seres primitivos
que nada sabiam,
além de caçar e pescar,
amar e serem deliciosamente
felizes...
 
Aí seres superiores
em naves balançantes
de grandes panos brancos,
chegaram e trouxeram
a doença, o trabalho e a morte.


Trouxeram as armas, as roupas,

os espelhos, e a sua religião.

Jogaram latas e garrafas

por todos os cantos,

criaram o plástico que
nunca se entrega à terra.


Trouxeram fumaça, herbicidas,

inseticidas, detergentes,

desinfetantes, comida artificial,

papel, confete, serpentina,

preservativos, absorventes,
supositórios, carne de soja e leite em pó...

e sua deusa adorada,

a poluição, senhora sagrada da
miséria e da destruição.


E vieram idéias, costumes diferentes,
castigos, dores e tristeza.
E cresceram casas, cercas, 

muros, terreiros e janelas,

crianças crescendo presas,
flores morrendo em vasos,
pássaros engaiolados,
matemática moderna, física,

química, geografia,
pai-nossos e aves-maria,
proclamações, constituições,
reis, imperadores, presidentes,
deputados, senadores, generais,
constituições e uma corja
de ladrões...


E brotaram edifícios, carros,
barulho e cidades, motéis e lancherias.
E o consumismo, filho do capitalismo,
casou com a poluição,
filha do desenvolvimento

e da tal exploração,

e a filharada foi nascendo

em linha de produção:
- nasceu a constituição outorgada,

o colégio eleitoral,

a infidelidade partidária,
o parque nacional de

indústrias importadas,

a legislação sindical,
o conflito mundial,

o golpe militar,
e a ideologia de segurança nacional.


A poluição envenenada

com o seu próprio veneno

e o consumismo cansado e quase acabado

vão dando os “tiros” finais

e os frutos mais recentes

desta união infernal
ninguém suporta mais.



São generais

com formação americana,
eleições marcadas

sem valer uma banana
imprensa censurada,
informações deformadas,
governadores nomeados,
prefeitos indicados,
medidas de emergência,
salvaguardas nacionais,
governos de decreto,
nasceu até o Delfim Neto
dessa bandalheira total...
  
                                                                                                       Gilnei Andrade -  janeiro de 1984

segunda-feira, 31 de março de 2008

12. MeMóRiA SiNDiCaL - TODAS LUTAS DE UMA VIDA

" naquela mesa ele sentava sempre e me dizia contente o que é viver melhor,
naquela mesa ele contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor, 
naquela mesa ele juntava gente
 
e contava contente o que fez de manhãe nos seus olhos era tanto brilho que mais que seu filho eu fiquei seu fã...
naquela mesa ta faltando ele 
e a saudade dele ta doendo em mim
naquela mesa ta faltando ele 
e a saudade dele ta doendo em mim"
Naquela Mesa – Nelson Gonçalves

NELSON  EDI  GAUTÉRIO  DE  SÁ


Cidadão de todas as lutas

Nelson de Sá foi um cidadão de todas as lutas, foi cortador, um trabalhador da indústria do calçado na época que esta profissão mais do que um ofício, era uma manufatura, uma arte. Mas a arte que realmente tocou o coração e transformou a vida de Nelson de Sá foi a arte da política. Nelson de Sá fez da política sua vida. Cada dia dentro das fábricas, nos sindicatos, nas associações de moradores, nas ruas, nos ônibus e em cada vila de cada cidade desta região foi dedicada por Nelson de Sá a política.
Anos 60

No final dos anos 60, o jovem Nelson de Sá era militante da JOC – Juventude Operária Católica – ocupando um espaço possível de atuação que existia porque suas convicções aproximavam-no muito mais dos comunistas do que dos católicos. Apesar da ditadura militar e do AI-5 ele integrou uma chapa de oposição à diretoria do sindicato dos sapateiros de Novo Hamburgo. Após a derrota na eleição sindical, Nelson de Sá e vários dos integrantes da chapa são denunciados ao DOPS e presos. Depois de conhecer a perseguição e os métodos de interrogação do DOPS são liberados já sabendo que fora da cadeia o desemprego os esperava. Nelson de Sá obriga-se a retornar com a família para Rio Grande, sua cidade natal, até a situação melhorar.



A militância comunitária e o MDB


Pouco tempo depois está de volta à Novo Hamburgo. Nos anos 70, Nelson de Sá participa da organização do movimento comunitário, fundando várias das atuais associações de moradores de nossa cidade e organizando as primeiras ocupações de áreas públicas e privadas de terras para forçar as administrações municipais e estadual a investirem em habitação popular. Á partir da ACGO -Associação Comunitária dos bairros Guarani e Operário, Nelson de Sá ajuda na fundação das associações da Vila Dois de Setembro (Sanga Funda), Roselândia, Santo Afonso, vila Iguaçú entre várias outras. No final dos anos 70 Nelson de Sá atua na Tendência Socialista, um grupo à esquerda que, por dentro do MDB, discutirá e apoiará a fundação do Partido dos Trabalhadores – PT.

Um militante profissional

Neste período, entre os anos de 1977 e 1982, Nelson de Sá trabalha como educador popular da FASE, entidade de formação e assessoria às lideranças do movimento sindical e comunitário. É um militante assalariado para organizar e contribuir com as lutas do movimento comunitário e sindical. Em 1980 Nelson de Sá participa da fundação do PT em São Paulo e participa da primeira direção do PT gaúcho. Em 1982 afasta-se da FASE para concorrer a deputado estadual, abre mão de um emprego estável e bem remunerado para construir o partido.


Sindicato é prá lutar

Em 1983 é eleito vice-presidente estadual do PT gaúcho. Concorre pelo PT a deputado estadual em 1982 e 1986 e a vereador em 1988 e 1992. No início dos anos 80 as oposições sindicais, incendiadas pelo exemplo do ABC paulista, surgem por todo o Vale do Sinos e Nelson de Sá participa ativamente dessas disputas nas entidades sindicais de trabalhadores. Desse período destaca-se a vitória no sindicato dos metalúrgicos de NH em 1980, a primeira vitória de uma oposição sindical no RS depois do golpe de 1964. Muitas outras virão depois como os metalúrgicos de Canoas, em 1981, de São Leopoldo, em 1983, os sapateiros e os bancários de NH, em 1986. Com a vitória nos sapateiros de Novo Hamburgo Nelson de Sá assume o Departamento de Moradia do Sindicato.

Uma vida, muitas lutas


De forma combinada com a militância sindical Nelson de Sá participa da luta contra a carestia e pela melhoria das condições dos transportes coletivos. É o primeiro presidente da UAC - União das Associações Comunitárias de Novo Hamburgo e também diretor de transportes da FRACAB - Federação Rio-Grandense de Associações Comunitárias e de Amigos de Bairros do RS. O PMDB na Administração Municipal de Novo Hamburgo desenvolve uma política de cooptação das lideranças comunitárias que acaba tirando Nelson de Sá do comando da UAC. Nelson de Sá articula a criação e dirige outra entidade comunitária, o CENACOM - Centro de Associações Comunitárias de NH. Alguns anos depois irá criar também a ADEMPA - Associação de Defesa do Meio-Ambiente e da Moradia Popular de Novo Hamburgo.


Sem tempo de pensar em si


Em 1988, na condição de suplente do PT na Câmara Municipal, assumirá diversas vezes a titularidade como vereador em Novo Hamburgo. Ao mesmo tempo, desde o início de 1989, exerce a função de assessor do partido na Câmara Municipal. Nesse momento Nelson de Sá estava fisicamente debilitado. O assassinato do filho mais velho, Giovani, numa briga de bar durante um período de carnaval agravou seus problemas de saúde. Nelson foi vítima de atropelamento no início de um feriadão no mês de agosto de 1998. Foi localizado noHospital Municipal, pelos familiares e companheiros do PT, três ou quatro dias depois. Permaneceu em coma profundo mais alguns poucos dias até falecer no dia 22 de agosto em plena campanha eleitoral de 1998 que levaria o PT ao Governo Gaúcho.
Nelson de Sá foi velado na sede do PT de Novo Hamburgo e foi homenageado por homens e mulheres, adultos e crianças, militantes do PT, do PDT, do PMDB, do PCdoB, do PSB. Foi acompanhado até o Cemitério Municipal pela maior e mais silenciosa carreata que Novo Hamburgo já viu. Centenas de carros com as bandeiras vermelhas erguidas, em silêncio. Durante o sepultamento o deputado federal e futuro vice-governador Miguel Rosseto dirigiu a Nelson de Sá as últimas palavras. Chorou Miguel Rosseto e choramos todos nós que aprendemos a gostar e admirar Nelson de Sá.

Heróis anônimos

Nelson de Sá morreu como morrem a cada dia os heróis anônimos da classe trabalhadora, vítimas da violência cruel e da estupidez dos tempos modernos, vítima da negligência de um sistema de saúde falido, que trata como indigentes mesmo os que portam documentos e são figuras públicas da cidade. Nelson de Sá dedicou sua vida à luta dos movimentos sociais e à organização partidária. Nos tempos duros que viveu Nelson de Sá deixou um grande exemplo. Numa época em que muitos que podiam pouco faziam e pouco arriscavam Nelson de Sá será lembrado como alguém que, mesmo tendo pouco, arriscou tudo.



Nelson de Sá viveu as lutas sociais e conflitos pessoais do seu tempo, optou e pagou o preço de sua opção, submeteu seus interesses individuais a uma existência coletiva. Cuidou muito mais dos outros do que de si próprio, conviveu com os 'estranhos' mais do que com seus próprios familiares, travou sua luta pessoal e particular com o alcoolismo. Não cabe a ninguém seu julgamento pois Nelson de Sá divergiu e desentendeu-se com muitos e foi amado e respeitado por todos nós. Sua desconfiança e sua ironia, seu senso crítico e sua falta de amor próprio eram características próprias. Foi um daqueles que Bertold Brecht chamou de imprescindíveis, porque não lutou uma batalha como os soldados, nem lutou um ano como os guerreiros, nem lutou muitos anos como os revolucionários, Nelson lutou toda sua vida, como lutam os heróis.
Obrigado NELSON EDI GAUTÉRIO DE SÁ, a luta continua!!! Valeu companheiro!!!


                                                                           Gilnei Andrade