João Jorge e Jacobina Maurer

João Jorge e Jacobina Maurer

I m A g E m

I m A g E m
O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

domingo, 25 de fevereiro de 2018

36. Somos Som Só


Somos todos mais ou menos assim. Nada para voce, tudo para mim.

Somos todos mais ou menos assim. Nada, para voce, tudo para.

Somos todos mais ou menos assim. Nada, para voce, tudo.

Somos todos mais ou menos assim.bNada para voce.

Somos todos mais ou menos assim. Nada para.

Somos todos mais ou menos assim. Nada.

Somos todos mais ou menos, assim.

Somos todos mais ou menos.

Somos todos mais.

Somos todos.

Somos.

Som.

Só. ...




GiLnEi.AnDrAdE

MeMóRiA SiNDiCaL: João Batista Marçal Presente!!!

Mensagem de Olívio Dutra a João Batista Marçal que nos deixou na ultima sexta-feira:




"JOÃO BATISTA MARÇAL, um quaraiense com alma charrua, um maragato contra a barbárie, um socialista de coração e consciência radicalmente democrática, um jornalista combatente pela liberdade, um colecionador de material da imprensa proletária e de publicações que fizeram história no jornalismo pelo interior do RS, um historiador dos movimentos e ideias que sinalizaram a rebeldia na formação identitária da gente riograndense, provocador e amigo, essa é a pessoa com a qual, daqui pra diante, teremos de conviver não mais com sua presença física, mas com suas memórias, seus livros, sua lembrança e seus exemplos. (...) Pêsames aos teus familiares. A saudade será curtida com tuas obras."

Olívio Dutra

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Coleção João Batista Marçal

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Os documentos que constituem a Coleção João Batista Marçal foram microfilmados e digitalizados a partir dos originais de uma pequena parte do acervo do jornalista e militante João Batista Marçal.
Em seu arquivo, Marçal guarda amplo álbum fotográfico de personalidades ligadas à esquerda brasileira, dossiês, textos inéditos e originais, opúsculos dos movimentos anarquista, socialista e comunista, livretos, panfletos, livros raros, além da hemeroteca, que é a parte mais consistente e valiosa de seu acervo. Nela, o jornalista guarda em torno de vinte mil peças devidamente organizadas e catalogadas.
Em 2004, foram microfilmadas edições da revista Libertação, do jornal Tribuna Gaúcha, ambos editados em Porto Alegre e vinculados ao Partido Comunista do Brasil (PCB), e uma edição do diário Folha da Tarde.
Alguns anos mais tarde, os números 01, 25, 27, 31 e 37 de Libertação foram digitalizados no NPH a partir da coleção microfilmada. Os números 08, 09, 11, 14, 15, 20, 21, 22, 28, 29, 32, 34, 36 e 38 foram gentilmente disponibilizados pelo Centro de Documentação e Memória da UNESP (CEDEM), ampliando a coleção.
A revista Horizonte, também editada em Porto Alegre por militantes do PCB, foi doada em versão digital ao NPH em 2010. Dezessete edições foram digitalizadas e cedidas pelo CEDEM no ano de 2009. Outras quinze foram digitalizadas pela historiadora Marisângela Martins, a partir dos originais disponibilizados pelo Acervo João Batista Marçal. 
Fonte: (NPH UFRGS)

domingo, 18 de fevereiro de 2018

35. Meu amigo Doratioto (III)

Durante minha graduação em História, na Universidade Feevale, busquei contatar - pelas redes sociais - o professor Francisco Doratioto ainda sob o impacto da leitura de seu livro Maldita Guerra. Para minha satisfação e surpresa Doratioto retornou e durante tres ou quatro anos, a partir de fevereiro de 2007, mantivemos correspondência por e-mail. A conclusão do curso e a agenda atribulada do professor  interromperam 'nossa prosa'... mas ela não se encerrou. Apenas começou e uma hora dessas vamos prosseguir.

"Caro Francisco Doratioto
 Fiquei honrado com tua resposta a minha mensagem. Te informo que o anexo não veio, mas tenho grande interesse de recebe-lo. Em relação aos arquivos secretos faltou comentar sobre a 'coleção Rio Branco' que teria sido 'surrupiada' pelo Brasil. Outra questão, a título de curiosidade de estudante de história e porque tenho lido muito material sobre a formação do Rio Grande do Sul: na Feira do Livro de Porto Alegre foi lançada, em 2006, uma coleção chamada de Historia Geral do Rio Grande do Sul que contará com a participação de mais de uma centena de historiadores e estudiosos. A coleção sob a coordenação geral de Nelson Boeira - reitor da UERGS - e Tau Golin - da U.P.F - foi lançada pela Méritos Editora e do total previsto de 05 volumes, dois já foram foram lançados - "A Colonia" e " O Império" - que estão na minha fila para leitura, logo depois da tua obra. No volume O Império tua obra sobre a Grande Guerra é muito citada e varias ilustrações constante da tua obra são tambem apresentadas. (...)
           Abraços
                                                                                                       Gilnei Andrade"
14/02/2007










Caro Gilnei,
Suspeito que o curso de História vai te colocar em crise existencial/intelectual, pois vai questionar seus valores e convicções. Sempre é assim, não se faz um curso de História impunemente...(risos)...  Esqueci de comentar sobre a Coleção RIo Branco. A coleção foi devolvida ao Paraguai e encontra-se, hoje, no Archivo General, em Assunção. Lá está não só com a mesma designação, mas, inclusive, com o catálogo em português de quando a documentação estava na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Aliás, o Archivo Nacional não alterou sequer a classificação. Antes de ser devolvida, a Coleção foi microfilmada e encontra-se à disposição dos pesquisadores na Biblioteca Nacional. É difícil pesquisar em microfilmes o dia todo e, como eu vivi no Paraguai, resolvi pesquisar a documentação original. O pessoal do Archivo foi muito simpático (acho que fiquei uns dois meses indo lá diariamente) mas vários documentos da Coleção Rio Branco, que constavam no catálogo brasileiro, que pedi não foram encontrados. Foram recebidos pelo Paraguai mas, depois, desapareceram, provavelmente roubados ou extraviados. Por sorte, há a cópia microfilmada no Rio de Janeiro... 
 Grato pela informação sobre a coleção Historia Geral do Rio Grande do Sul; não a conhecia. Conhecia, sim, a série Uma História do RIo Grande do Sul, da UPF, iniciada recentemente e da qual comprei "A ocupação do território", de Mário Maestri. Bons estudos por aí.


Doratioto"

02/03/2007















"Prezado Gilnei,
Eis a informação que fiquei devendo: os 50.000 documentos da chamada coleção Rio Branco foram devolvidos ao Paraguai em 1982. Eles estão citados em vários artigos\trabalhos científicos. Caso queira conferir veja em: 
http://www.bvp.org.py/biblio_htm/telesca_jesuitas/007_rio_branco.pdfou ainda em:
http://www.dialogos.uem.br/include/getdoc.php?id=737&article=253&mode=pdf.
Aliás, a revista Diálogos, deste último link, é muito boa e está disponível on line. Vale a pena ver. 
 Abraços,
 
 Doratioto"  02/04/2007

sábado, 10 de fevereiro de 2018

34. Meu amigo Doratioto (II)

Durante minha graduação em História, na Universidade Feevale, busquei contatar - pelas redes sociais - o professor Francisco Doratioto ainda sob o impacto da leitura de seu livro Maldita Guerra. Para minha satisfação e surpresa Doratioto retornou e durante tres ou quatro anos, a partir de fevereiro de 2007, mantivemos correspondência por e-mail. A conclusão do curso e a agenda atribulada do professor  interromperam 'nossa prosa'... mas ela não se encerrou. Apenas começou e uma hora dessas vamos prosseguir. 


"Caro Francisco Doratioto
Estou debruçado sobre o 'Maldita Guerra' que ganhei nas festas de fim de ano. Também tive acesso a tua entrevista publicada pelo Correio Braziliense. 
Embora poucos anos de idade nos separem (eu sou de 1962) tenho um longo percurso a fazer no encalço do teu exemplo. Entrei para a (Universidade) Feevale de Novo Hamburgo - RS, em 2005 buscando a concretização do sonho de cursar história. Havia concluído o antigo 2º grau em 1981 e voltei, 24 anos depois...
... Estou namorando teu livro. Já li umas 200 páginas mas ainda não enfrentei-o pra valer. Já li a introdução, as conclusões, as notas, a cronologia, os acervos consultados...já admirei as fotos e ilustrações. Mas vou pegar ' o touro pelas aspas' nas próximas semanas.  Tenho observado e participado de algumas discussões no site de relacionamentos Orkut na comunidade "Guerra do Paraguai" onde tua obra é presença constante e teu nome muito citado. Tenho a impressão que outra 'lenda' vem sendo alimentada em relação a Grande Guerra. Trata-se da discussão sobre os arquivos secretos que o Brasil possuiria. Pergunto e sentiria-me muito honrado com tua resposta:
- Existem realmente arquivos no Brasil, sem acesso público, em relação a Guerra?
- O que falta ser divulgado e,  ainda hoje necessitaria de sigilio oficial, nos ditos arquivos secretos do Brasil? 
- Caso haja, ainda, documentação histórica em arquivos militares por que nao iniciamos um movimento pela sua liberação imediata e disponibilização em um local apropriado para pesquisas e exibição?
Bem, chega. Já tomei muito do teu tempo. Espero que, nos próximos meses, possas autografar 'o meu ... nosso' livro. Até lá ,estará lido, várias vezes.
Um grande abraço.

Gilnei Andrade"
11/02/2007




"Caro Gilnei,

Fico contente em saber de que está lendo Maldita Guerra e está gostando. Não sabia que havia uma comunidade Guerra do Paraguai no Orkut. Não pretendo, porém, frequentá-la pois me ocuparia tempo que não tenho, sob pena de deixar outras atividades. Não há problema de você divulgar na comunidade as informações que dou neste e-mail. 


Essa questão dos supostos arquivos secretos não terá fim. Conheço diferentes diplomatas, que ocuparam altos postos no Itamaraty e que, creio, seriam sinceros comigo que me disseram não existir um tal arquivo. Em síntese creio que:  1) Não existe um arquivo, organizado e mantido intencionalmente secreto, sobre a Guerra do Paraguai no Itamaraty. Ademais, pesquisei bastante no Itamaraty e, por mais secreto que seja um arquivo, ele deixa traços de sua existência na documentação aberta à pesquisa e nunca os encontrei. Seria uma enorme surpresa para mim se ele, de fato, existisse. 


2) Contudo, o arquivo histórico do Exército não está organizado; há milhares de documentos nunca classificados e, como resultado, nunca lidos; entre eles pode ser - veja é uma hipótese, não é que haja - que haja documentos sobre a guerra ainda não conhecidos.  Esse é o típico caso da impossibilidade científica de se dar uma prova negativa. Por exemplo, prove que eu não estive esta noite, às 3 horas da madrugada, em Marte! Parece evidente que não estive, pois não há tecnologia para tanto mas... que prova pode ser dada se não o raciocíno lógico? É o caso de se dizer que há documentos secretos sobre qualquer coisa. Se são secretos, não há como provar que eles não existem, pois não se pode abrir fisicamente todas as salas de um arquivo, em busca de algo que não existe, para provar que....não existe! O problema de todos os arquivos no Brasil é falta de recursos, humanos e financeiros. Isso é o que falta para organizá-los. Falo, evidentemente, sobre documentos do século XIX ou anteriores e não os referentes ao período pós 1964, sobre os quais há celeuma e não é minha especialidade e, por desconhecimento, não posso dizer nada. 


3) A origem dessa celeuma é uma afirmação infeliz do ex-secretário de Direitos Humanos Nilmário Miranda. Suspeito que ele, pressionado pelos jornalistas a fazer alguma declaração sobre a abertura ou não de arquivos da época do regime militar, recorreu ao argumento sobre o suposto arquivo secreto Guerra do Paraguai. Por quê? Como muita gente (inclusive eu, antes de me dedicar a pesquisar o assunto) ele deve ter lido a interpretação de ter sido a guerra causada pela Inglaterra, etc. etc... e que haveria documentos secretos... Assim, vendeu como comprou uma interpretação que não tem base documental ou lógica histórica. 
 Abraço, 
Doratioto"   14.02.2007