João Jorge e Jacobina Maurer

João Jorge e Jacobina Maurer

I m A g E m

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O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Raízes do Brasil: no levante dos bisturis, ressoa o engenho colonial

 (...) A boca do sertão, hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado. O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas, nos anos 40, na expedição rumo ao Roncador. 


Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936, as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo. O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial. O fastígio macabro fundou a indiferença da casa-grande aos estalos, gritos e lamentos oriundos da senzala ao lado, metros à vezes, da sala de jantar. 

Por que os tataranetos se abalariam com a senzala sucedânea das periferias conflagradas e a dos rincões inaudíveis? Ninguém desfruta 388 anos de escravidão impunemente. Os laços do engenho com o exterior ficaram marmorizados no DNA cultural das nossas elites: nenhum compromisso, exceto a pilhagem e a predação; usos e abusos para consumo e o enriquecimento. A qualquer custo. 


O Estado nascido nesse desvão tem duas possibilidades aos olhos das elites: servi-la como extensão de seus interesses ou encarnar o estorvo a ser abatido na figura de governantes intervencionistas. A seta do tempo não se rompeu, infelizmente. 

O particularismo enxerga exorbitância em tudo o que requisita espírito público. Mesmo quando está em questão a vida. Se a organização humanitária ‘Médicos Sem Fronteiras' tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas', como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pelo levante dos bisturis. 


Jalecos patrulham as fronteiras do engenho corporativo, nas quais não cabem os pobres do Brasil. 

 Postado por Saul Leblon às 10:33

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FONTE: http://www.cartamaior.com.br 

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