Os gaúchos são homens “sem chefes, sem leis, sem polícia, tem da moral social, senão idéias vulgares e, sobretudo, uma sorte de probidade condicional que os leva a respeitar a propriedade de quem lhes faz benefício ou de quem os emprega, ou nele deposita confiança: entregues ao jogo com furor, esse vício, que parecem praticar como um meio de encher o vácuo de seus dias, é a fonte dos roubos e às vezes das mortes que cometem(...)” (Nicolau Dreys)
Nicolau Dreys, na sua Notícia Descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul aponta o gaúcho como “um homem do campo, que veste indumentária característica e manifesta predileção pelo cavalo como meio de locomoção”. Esse gaúcho é diferenciado de outro, também por Nicolau Dreys, que se apresenta “sem chefes, sem leis, sem polícia, tem da moral social, senão idéias vulgares e, sobretudo, uma sorte de probidade condicional que os leva a respeitar a propriedade de quem lhes faz benefício ou de quem os emprega, ou nele deposita confiança: entregues ao jogo com furor, esse vício, que parecem praticar como um meio de encher o vácuo de seus dias, é a fonte dos roubos e às vezes das mortes que cometem(...)”. Auguste Saint Hilaire também aponta o gaúcho como “estes homens sem religião, nem moral, na maioria índios ou mestiços, que os portugueses designavam pelo nome de garruchos ou gahuchos, que vagavam pelos campos em busca do gado chimarrão fugitivo dos primeiros povoamentos espanhóis e subsistiam da retirada e da comercialização do couro destas tropas”.
Essa variedade de significações é surpreendente, porque, hoje, gaúcho é um adjetivo gentílico para todo o povo do Rio Grande do Sul. Augusto Meyer explica essa transformação no ensaio “Gaúcho, história de uma palavra”. Nesse ensaio, Augusto Meyer aponta a literatura gaúcha como a principal responsável pela transformação do significado da palavra gaúcho.
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