João Jorge e Jacobina Maurer

João Jorge e Jacobina Maurer

I m A g E m

I m A g E m
O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

quinta-feira, 31 de maio de 2007

A revolução não será televisionada



O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo.

O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as “notícias”, recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez “não renunciou! Está seqüestrado!” e “não te queremos Carmona! Ladrão!”. Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir “Queremos a Chavez!” e clamar “Chavez amigo, o povo está contigo!”.


  
Um ponto importante a ser identificado e debatido: durante a noite do dia 11 de abril e na madrugada do dia 12, o Palácio Miraflores foi cercado e os golpistas ameaçaram bombardeá-lo caso Chavez não renunciasse.
A decisão de se retirar e ceder às chantagens revela uma certa subestimação da capacidade do povo empreender resistências vigorosas e múltiplas a ponto de derrotar os golpistas. E mais: indica que a organização das massas exploradas para resistir a estas situações não era uma possibilidade presente na consciência política das forças que apóiam o governo de Hugo Chavez. Portanto, não poderiam vislumbrá-la e dela lançar mão. 
Apenas se conformaram: “Não havia saída”, “O jogo acabou”. Para eles, não faltava uma política para organizar as classes dominadas, mas sim o que “não organizamos [foi] uma política de comunicações”.

Ficha Técnica:

Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O’Briain
Produção: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda
Edição: Angel H. Zoido
Produtor Executivo: Rod Stonemann
Produzido por: David Power
Irlanda, 2003.
Duração:74 minutos, legendas em português.

Este artigo encontra-se em www.cecac.org.br

domingo, 27 de maio de 2007

O exemplo de José Serra

                            

Aí está o exemplo que o governador de São Paulo dá. Em um mundo cada vez mais violento, ele posa com um fuzil da PM. Mas ele é José Serra, o presidente eleito (só está esperando o Lula sair para tomar posse) na cabeça dos tucanos, pode tudo. São os mesmos que criticam Lula por não haver feito uma faculdade.

Dizem que o presidente é um mau exemplo, é alguém que privilegia o empirismo e não o aprendizado. Pois aí está. Esse aí estudou. Foi presidente da UNE, fez um dos discursos mais virulentos em 13/3/63 e, em 31/3 quando veio o golpe, foi estudar no Chile. Esse estudou. E o exemplo que dá é esse.

O que me conforta é que, para ser presidente do Brasil, precisa ter votos. Mais de 50 milhões de votos. E o doutor Serra dificilmente vai chegar lá. Seu discurso pragmático não ganha muitos votos fora do Estadão de São Paulo.

Publicado por Blog do Menon

sexta-feira, 25 de maio de 2007

As muitas mentiras da mídia venezuelana



 Na Venezuela, até os comentaristas estão engajados na campanha aberta da mídia comercial para derrubar o presidente democraticamente eleito Hugo Chavez. Andres Izarra, um jornalista da tevê venezuelana, diz que a campanha causou tanta violência contra a informação verdadeira que as quatro redes de tevê privadas deveriam perder o direito às suas concessões públicas. "Eu acho que as concessões deveriam ser revogadas", diz ele. É o tipo de pronunciamento que se espera de Chavez, conhecido por apelidar as estações de "os quatro cavaleiros do apocalipse". Izarra, no entanto, é mais difícil de desconsiderar. Um cara certinho, feito sob medida para a TV, trabalhou como editor da CNN em espanhol para a América Latina até ser contratado como gerente de produção do telejornal de maior audiência do país, El Observador, na RCTV.

No dia 13 de abril de 2002, um dia depois que o líder empresarial Pedro Carmona assumiu o poder, Izarra pediu demissão do emprego sob condições que ele descreve como "de extremo stress emocional". Desde então, ele tem soado o alarme sobre a ameaça à democracia que surge quando a mídia decide abandonar o Jornalismo e assume a posição de usar todo o seu poder de persuasão para ganhar uma guerra causada pelo petróleo. [Nota do site: neste período, Chavez tentava assumir o controle da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana]

As tevês privadas da Venezuela são propriedade de famílias milionárias, com vastos interesses econômicos em jogo na batalha contra Chavez. A Venevision, a emissora de maior audiência, é propriedade de Gustavo Cisneros, apelidado pelo tablóide americano New York Post de "o rei da joint venture". O Grupo Cisneros tem parcerias com algumas das mais importantes marcas americanas, entre elas a América Online, Coca-Cola, Pizza Hut e Playboy, tornando-se uma espécie de vigilante do mercado latino-americano. Cisneros é um defensor incansável do livre comércio continental, dizendo ao mundo, num perfil publicado em 1999 pela revista LatinCEO que "a América Latina está agora comprometida completamente com o livre comércio, e completamente comprometida com a globalização. Como continente, já fez sua escolha".

Mas com os eleitores latino-americanos escolhendo políticos como Chavez, isso mais parece um caso de propaganda enganosa: a venda de um consenso que não existe. O que ajuda a explicar porque, nos dias que precederam o golpe de abril, a Venevision, a RCTV, a Globovision e a Televen trocaram a programação regular por insistentes discursos anti-chavistas, interrompidos apenas por comerciais convocando os telespectadores a ocupar as ruas: "Nenhum passo atrás. Saia! Saia agora!". Os anúncios eram patrocinados pela indústria do petróleo, mas as emissoras colocavam no ar como se fossem "de interesse público".
E foram além. Na noite do golpe, a emissora de Cisneros serviu de lugar de reunião para os conspiradores, inclusive Carmona. O presidente do Conselho de Radiodifusão da Venezuela foi co-signatário do decreto que dissolveu a Assembléia Nacional, eleita democraticamente.

E enquanto as emissoras celebravam abertamente a "renúncia" de Chavez, quando forças pró-Chavez se mobilizaram para trazê-lo de volta houve um blecaute completo de notícias.
Izarra diz que recebeu instruções claras: "Nenhuma informação sobre Chavez, seus seguidores, seus ministros ou qualquer outra pessoa que de alguma forma possa ser relacionada a ele". O jornalista assistiu horrorizado enquanto seus chefes ativamente suprimiam as manchetes de última hora.
Izarra diz que no dia do golpe, a RCTV recebeu uma reportagem de uma afiliada dos Estados Unidos dizendo que Chavez não havia renunciado, mas tinha sido seqüestrado e preso.
A reportagem não foi ao ar.

O México, a Argentina e a França condenaram o golpe e se recusaram a reconhecer o novo governo. A RCTV sabia, mas não divulgou. Quando Chavez finalmente retornou ao Palácio Miraflores, as estações simplesmente deixaram de divulgar notícias.
Em um dos dias mais importantes da história da Venezuela, elas colocaram no ar o filme "Pretty Woman" e desenhos animados de Tom e Jerry. "Nós tínhamos um repórter em Miraflores e sabíamos que o palácio havia sido reconquistado por chavistas", diz Izarra, "mas o blecaute de informações foi mantido. Foi quando decidi dar um basta e fui embora".
Desde então a situação não melhorou.

Durante uma greve organizada pela indústria de petróleo, as emissoras de tevê transmitiram em média 700 comerciais pró-greve por dia, de acordo com estimativas do governo.
É nesse contexto que Chavez decidiu peitar para valer as emissoras de tevê, não apenas com sua retórica furiosa, mas com uma investigação sobre a violação dos padrões de imparcialidade e uma série de novos regulamentos. "Não se surpreendam se nós começarmos a fechar emissoras de tevê", disse Chavez em janeiro. A ameaça provocou uma onda de condenações do Comitê de Proteção aos Jornalistas e da organização Repórteres Sem Fronteiras. E há motivos para preocupação: a guerra da mídia na Venezuela é sangrenta, com ataques contra meios de comunicação pró e anti-Chavez.



 Mas as tentativas de regulamentar a mídia não são um "ataque à liberdade de imprensa", como o CPJ afirmou - pelo contrário. A mídia venezuelana, incluindo a TV estatal, precisam de sérios controles para garantir diversidade, equilíbrio e acesso público, à distância dos poderes políticos do momento.
Algumas das propostas de Chavez, como a cláusula que baniria programas que mostrassem "desrespeito" ao governo, claramente vão além do necessário e poderiam ser usadas para calar críticos.
Dito isso, é um absurdo tratar Chavez como a principal ameaça à liberdade de imprensa na Venezuela. A honra é claramente dos próprios donos dos meios de comunicação.

Esse fato foi completamente esquecido pelas organizações encarregadas de defender a liberdade de imprensa ao redor do mundo, que ainda acreditam que todos os jornalistas só querem falar a verdade e todas as ameaças vem de políticos ditatoriais e multidões enfurecidas.
É uma pena, porque nós precisamos desesperadamente de defensores de uma imprensa livre - e não apenas na Venezuela. Afinal, a Venezuela não é o único país do mundo em que há uma guerra por petróleo, onde os donos da mídia pedem "mudança de regime" e onde a oposição rotineiramente desaparece dos telejornais em horário nobre.
Nos Estados Unidos, ao contrário da Venezuela, a mídia e o governo [Bush] estão do mesmo lado".
 
PS - O filme ' A Revolução Não Será Televisionada' mostra clara e cruamente a participação ativa dos meios de comunicação da Venezuela na tentativa frustrada de golpe de estado de abril de 2002. 

por Naomi Klein, publicado na revista Americana The Nation, em 03 de março de 2003.
Fonte: Blog de Marco Weissheimer http://rsurgente.wordpress.com/

terça-feira, 22 de maio de 2007

Quem morre?

Morre lentamente quem se transforma 
em escravo do hábito, 
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca.
 Não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece. 

Morre lentamente quem 
faz da televisão o seu guru. 
Morre lentamente quem evita uma paixão, 
quem prefere o preto no branco 
e os pingos sobre os "is" 
em detrimento de um redemoinho de emoções, 
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, 
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. 

Morre lentamente quem 
não vira a mesa 
quando está infeliz com o seu trabalho, 
quem não arrisca o certo pelo incerto 
para ir atrás de um sonho, 
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, 
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, 
quem não lê, quem não ouve música, 
quem não encontra graça em si mesmo. 

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, 
quem não se deixa ajudar. 
Morre lentamente, quem passa os dias 
queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto
 antes de iniciá-lo, 
não pergunta sobre um assunto que desconhece 
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. 

Evitemos a morte em doses suaves, 
recordando sempre que estar vivo 
exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. 
Somente a perseverança fará com que 
conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

terça-feira, 15 de maio de 2007

EUA:abusos sexuais na Igreja Católica


Em 2003, a Conferência Nacional dos Bispos Católicos dos Estados Unidos contratou o Colégio John Jay de Justiça Criminal para estudar o número de queixas de abuso sexual, mas limitou o escopo do trabalho a casos envolvendo sacerdotes e diáconos. Não existem estatísticas confiáveis sobre as dimensões do problema.
O estudo, que abarca todas as dioceses dos Estados Unidos, constatou que 10.667 pessoas haviam apresentados queixas contra 4.392 padres entre 1950 e 2002, ainda que os críticos aleguem que muitas das vítimas nunca apresentaram queixa, e que muitas queixas não foram registradas pela Igreja.
"Há escassez de dados sólidos sobre essa questão", disse David G. Clohessy, diretor nacional de uma rede de vítimas de abusos praticados por religiosos conhecida como Snap. "É uma imensa lacuna, e isso é perturbador. Minimizamos o horror".
Já que os padres constituem a minoria dos quadros dos trabalhadores da Igreja, afirma Clohessy, "é pelo menos plausível que número igual ou ainda maior de pessoal laico tenha praticado abusos".
Uma porta-voz da Igreja Católica nos Estados Unidos, a irmã Mary Ann Walsh, da Conferência Nacional dos Bispos Católicos, negou que a Igreja tenha tentado ocultar os abusos dos funcionários laicos e voluntários.
Ainda que centenas de casos de abuso sexual por sacerdotes católicos tenham vindo à luz nos últimos anos, resultando em acordos e indenizações judiciais no valor de milhões de dólares, o problema não se limita aos membros do clero.
"As pessoas não querem enfrentar a realidade de que não são apenas os padres que praticam abusos", disse Laura Ahearn, diretora executiva de uma organização que combate abusos contra crianças. "Aqui, em Long Island, havia um ministro laico que trabalhava com jovens, um diretor de coral e até um voluntário da cozinha comunitária do colégio envolvidos em abusos".
Também houve casos de freiras acusadas de abusos sexuais. "Temos 40 freiras em nosso banco de dados", disse Anne Barrett Doyle, co-diretora da Bishop Accountability, uma organização nacional norte-americana que compila dados sobre abusos sexuais praticados pela Igreja.
O padre Thomas Doyle, que no passado trabalhou na embaixada do Vaticano em Washington e mais tarde passou a criticar a postura da Igreja com relação a essa questão, disse que as pessoas muitas vezes se surpreendem com as queixas contra freiras, considerando-as "mais difíceis de enfrentar".
O mais recente julgamento a colocar em destaque o problema de abusos sexuais praticados por funcionários laicos da Igreja está aguardando julgamento no tribunal estadual do condado de Nassau, Long Island. Matthew Maiello, que trabalhava com jovens e dirigia a missa do rock na paróquia de São Rafael, em East Meadow, nos anos 90, se admitiu culpado de estupro e sodomia contra quatro menores, em 2003, e foi sentenciado a dois anos de prisão.
Duas das vítimas processaram Maiello, a paróquia, o padre titular e a diocese de Rockville Centre, solicitando indenização de US$ 150 milhões, e depois de um julgamento civil de três semanas de duração que ofereceu um panorama poucas vezes visto sobre os abusos sexuais praticados pela Igreja Católica, o júri está agora deliberando o veredicto.
Ainda assim, nos últimos anos a Igreja iniciou programas preventivos em todo o país. Em Long Island, a diocese de Rockville Centre diz que conduziu estudos de antecedentes sobre 64 mil trabalhadores e voluntários.
A diocese diz que mais de 226 mil católicos de Long Island, incluindo os paroquianos, haviam passado por sessões de treinamento e informação, associadas aos escândalos gerados por abusos sexuais. Foi uma dessas sessões que causou a queda de Maiello.
Depois da reunião, uma paroquiana da igreja de São Rafael conversou com uma adolescente que ela suspeitava ter sofrido abusos, e depois procurou a polícia do condado de Nassau, que deteve Maiello. A menina é uma das duas vítimas que está processando Maiello e a Igreja.

Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
NY Times Terça, 15 de maio de 2007, 13h36
Disponível na internet:

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Quem não conhece a tia Carmen e suas sobrinhas?




A “Tia Carmen” é um nome muito conhecido nos círculos do poder da Província de São Pedro. Nos círculos políticos, econômicos, midiáticos e outros não menos cotados. O empreendimento localizado na rua Olavo Bilac, região central de Porto Alegre, é freqüentado com desenvoltura por representantes da chamada elite gaudéria.
No ano passado, veio à tona um escândalo envolvendo o ex-diretor administrativo-financeiro da Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag), Vitor Hugo Guerra, do PSDB de Caxias do Sul, que usou notas fiscais de gastos com garotas no referido estabelecimento para justificar despesas de alimentação. Uma auditoria realizada pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) descobriu esta e outras 26 irregularidades na Corag.
Pois bem, agora, um pouco do mundo encantado da Carmen está disponível no Youtube, graças a uma matéria feita pelo intrépido Paulão, do programa Polícia em Ação (Canal 20, NET Porto Alegre).
O Guga Türck postou no Alma da Geral e a Aline Leão repercutiu no Cuca Fundida. Paulão, ex-candidato a vereador pelo PTB, em Porto Alegre, não consegue esconder seu entusiasmo pelo furo de reportagem. Pois é, a Carmen também foi parar no Youtube.
Se isso virar moda, uma onda de pânico se abaterá sobre alguns lares gaúchos. Clique http://www.youtube.com/watch?v=AfxRiTMyUOE para ver.


Escrito por Marco Weissheimer


TIA CARMEN (2) 

O site 'novohamburgo.org' publicou 'E-Dossiê Sinos' com a transcrição dos e-mails trocados entre os senhores Luis Rupenthal ( empresário que está foragido da Justiça, desde a comprovação da responsabilidade da empresa UTRESA que dirigia na mortandade de cerca de 100 toneladas de peixes no Rio dos Sinos) e o sr. Jackson Muller ( ex-diretor técnico da Fepam, atual interventor na UTRESA) . São meses de troca de correspondência eletrônica, que o próprio Jackson Muller disponibilizou. Fica claro que são pessoas que se conhecem há muitos anos, que tem interesses comuns - e parece que tem ou planejavam ter empreendimentos conjuntos - , fica mais claro ainda a insistência de Rupenthal em aproximar-se de Muller . Insiste em happy-hours, churrascos, jantas e até um convite para viagem a Alemanha. Uma das mensagens que pode ser consultada no dossiê refere-se a Tia Carmen. Leia na íntegra:


" Data: 19/05/2006
Título: Tia Carmem
Assunto:
Drr!
Agradecemos as informações. Quanto as moças, como assalariado do estado, fica cada vez mais distante a possibilidade!
Jackson


----- Original Message -----
From: U.T.R.E.S.A.
To: Jackson Muller
Sent: Friday, May 19, 2006 12:11 AM
Subject: Tia carmem
Prezado jackson:
Este anexo corresponde à realidade ou não???
Subject: Fw: Tia carmem
Anexo: nenhum
Hora: 01:41"



E-Dossiê Sinos

Baleia albina



(...)
Será menina
a baleia albina?
Será adulta
a náufraga lua animal?
Ou centenária
a submarina cetácea nau?
Senhora dona do aquático sítio
supondo-se
solitária soberana
desfila tranqüila na líquida passarela
e revela
coreografia de estrela
e solfeja
cantiga de amor arquiantiga
e corteja
sem saber-se a prima-dona
de um mega espetáculo
sem pressentir
a intimidade exposta
à ribalta de mil olhos
pelo globo em volta...
Como o mar tão vasto
cabe entre sofás?
como nos toca o mar
se a pele não nos molha?
À noite os gatos são pardos
À noite somos jonas e pinóquios
acomodados na barriga da sala
essa estranha baleia
cujas paredes entranhas
o oceano invade
e lambe até tarde...
Somos então outra casta de peixes
pescados nas malhas
de eletrônica rede.

Astrid Cabral
http://www.revista.agulha.nom.br/astridcabral1.html

07. MeMóRiA SiNDiCaL (I)

                         A primavera sindical tem mil tons rosa 

para lembrar milton rosa e jair da costa
por quem continuamos firme na luta


Por um momento pare
e preste um pouco de atenção...
olhe para baixo
os pés das pessoas
que pisam nesse chão.

São pés de homens e mulheres,
são pés já velhos e cansados
e outros ainda jovens,
pés de meninas e meninos
pés dos netos
do alemão branquela,
e pés dos filhos
do negro da favela,
são os pés dos sapateiros e
das sapateiras do Vale do Sinos.

Pés que embalam
bicicletas em Nova Hartz e Araricá.
Pés doloridos em Novo Hamburgo
nos onibus superlotados.
Pés sujos de poeira em Ivotí,
Dois Irmãos e Lindolfo Collor.
Pés sem rumo,
gente fora de sí,
amargando o desemprego
em Sapiranga,Presidente Lucena
e São Sebastião do Caí.
Pés descalços,
de chinelos de dedo
em muitas cidades
do Rio Grande
de São Pedro.

São pés que conhecem
cada rua e cada calçada,
conhecem o peso da jornada,
o frio da madrugada
e a dureza do caminho.
Os mesmos pés cansados
que pedalam bicicletas
num eterno pedalar,
pés de trabalhadores explorados
cujo salário minguado
não consegue comprar
um par do sapato
que vivem a fabricar.

Pés de jovens
que perderam o caminho da escola,
pés de filhos que precisam trabalhar,
pés de quem respira o cheiro da cola
até a jornada acabar.

A força da união
que vence a exploração,
pode mudar a vida
do trabalhador sapateiro
que há tanto tempo labuta,
dizem que se o cavalo soubesse
da força que tem
não puxava a carroça,
se o trabalhador aprender,
se o trabalhador se unir
não há nada que possa
impedir sua vitória
e mostrar pro Brasil inteiro,
minha companheira e meu companheiro,
a história da nossa luta.

Vamos nos unir
e vamos lutar de fato,
honrando o companheiro Jair
chega de tanta espera,
Mil tons rosa no sindicato
viva a nossa primavera,
chega de exploração,
chega de tanta espera...


Autor: Gilnei Andrade

quinta-feira, 10 de maio de 2007

06. A casa dos avós


Existe na chuva
e no seu barulho
caindo nos telhados
uma certa magia
que nos transporta
a momentos especiais
de nossas vidas.

O cheiro da terra molhada
pelas primeiras gotas de chuva
nos lembram das férias da escola
na casa de nossos avós.

Tudo era fácil
e todos sorriam para nós,
não haviam preocupações,
não havia falsidade,
só havia amor e bondade
na casa dos nossos avós.

Mas tão ligeiro crescemos
a vida passa tão veloz,
fazem muito anos
que não voltamos
a casa dos nosso avós.

Por isso quando a chuva
molha a terra ressecada
tudo muda para nós.
Voltamos a ser crianças
na casa dos nossos avós.

Gilnei Andrade

quarta-feira, 9 de maio de 2007

05. A história do PT em imagens

                                                                                              Foto-Jornal Em Tempo
                               Alguém conhece este sindicalista 'pé de chinelo'?                                               
                                                                            Imagem da imprensa da época - Arquivo do PT NH                                       1982 - Olivio Dutra candidato a Governador


                                                                                     Foto - Site PT nacional 
 Homenagens aos nossos

                                                                                                                                                    Foto PT NH                                            Milton Rosa e o jardim de infância petista


                                                                                                           Foto Arquivo Sindicato sapateiros NH                                                                      Milton Rosa e Lula

 

                                                                                    Foto jornal NH - Arquivo PT NH                                                                                         Milton Rosa

 

                                                                                                                              Arquivo PT NH
 

                                                                                                                 Arquivo PT NH
                                                                                                                    Foto - Arquivo PT NH
                                                                       Nelson de Sá

                                                                                        Foto Gilnei AndradeGilnei, Armando Ramon, Edith e Olivio

                                                                                                               Foto - Arquivo PT NH  
                                                                           Foto - Sindicato dos Metalurgicos NH    
                                                                                                          Foto Gilnei Andrade - PT NH                                             José Theodoro, o Junior com Olivio Dutra


O PT no poder

                                                                  Arquivo PT Nacional
1980 - Lula e o poder

                                                        Arquivo PT Nacional 2003 - Lula e o poder

Fidel e Lula

                                                             Foto - Assembleia Legislativa RS - Gabinete Dep.Est. Zulke
                                                                 Zulke, Tarcisio e Lula

O PT E AS ELEIÇÕES

                                                                                                   Arquivo Ederson Rodrigues                                    1988 - Milton Fagundes, vereador eleito Novo Hamburgo

                
                       Arquivo Ederson Rodrigues 1988 - Ronaldo Zulke, vereador eleito - São Leopoldo

Candidatos a prefeito/vice - PT NH

                                                                                             Arquivo PT NH                                          1982 - Gilmar Cardozo e Marlise Grings , a Lú

                                                                                                                         Arquivo PT NH                                                 1988 - Genésio Bobsin e Inácio Fritzen

                                                     Arquivo PT NH 1992 - Milton e Luiza

                                                                           Arquivo PT NH 1996 - Tarcisio e Gilnei
 

                                                                                                                                 Arquivo PT NH
                                                   2000 - Alécio Bloss e Florizeu Campos

                                                                                                                                    Arquivo PT NH
                                                                                   2004 - Tarcisio e Jurema

                                                                                                               Arquivo PT NH                                      2005 - Jurema e Paulinho (eleição suplementar)

                                                                                                                    Foto - Arquivo PT NH
                                  2004 - Betinho, Anita e Ralfe, bancada petista eleita


 
                                                          Foto - Arquivo PT NH 2008 - Após 28 anos de luta, com Tarcísio Zimmermann e Lorena Mayer, o PT vence
as eleições e chega a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo.

sábado, 5 de maio de 2007

04. Crime Ambiental em Novo Hamburgo


O arroio Visital é um dos pequenos arroios de Novo Hamburgo, com 5 Km de extensão, ele deságua e alimenta o banhado do Rio dos Sinos. O Rio dos Sinos é o mesmo que enfrentou sua maior tragédia, no final de 2006, com a mortandade de centenas de toneladas de peixes.
Os rios não morrem apenas por poluição industrial e doméstica direta, Eles também morrem quando seus afluentes, seus arroios, várzeas e banhados são criminosamente agredidos.
A Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Vereadores de Novo Hamburgo, o Movimento Roessler e ambientalistas denunciaram na sexta-feira, 04 de maio de 2007, às 14h30min, no Ministério Público de Novo Hamburgo a ocorrência de um grave crime ambiental.



Segundo a denúncia, uma área de cinco hectares, no bairro Canudos, considerada como uma área de preservação porque era cortada pelo arroio Visital foi vendida, em 2002, para a Empresa Viação Hamburguesa.


Imagem de satélite da área antes da agressão
Imagem de satélite da área após a agressão

Em 2003 e 2004 a empresa solicitou licença para aterramento e manejo da área onde pretendia erguer as instalações das garagens e oficinas da empresa.
A empresa aguardou o final da administração do prefeito Airton dos Santos, cujo secretário de meio-ambiente era o senhor Jackson Müller, e não executou obras de vulto no local. Em 2005, ocorre a mudança de administração e assume o prefeito Jair Foscarini, que tem no seu currículo profissional uma estreita ligação com a Viação Hamburguesa, da qual foi diretor.



A empresa volta a solicitar licença ambiental para manejo da área. No final de 2005 e início de 2006 a empresa desmata toda a área até as margens do arroio Visital que é canalizado com ‘gabiões’ e tem seu curso retificado. O engenheiro técnico que responde pela empresa é também servidor da Administração Municipal.

Após denúncia que chegou ao Ibama a Administração Municipal viu-se obrigada a autuar a empresa. Pelo desmatamento de uma área de preservação, onde foram cortadas 1.387 árvores – algumas das quais protegidas por Legislação Federal - a empresa foi autuada em R$ 46.520,00 reais.

A Administração Municipal, através de um Termo de Compensação Ambiental, negocia e recebe da empresa, como pagamento da multa, um ônibus urbano Mercedes-Benz, ano 1989, para ser utilizado em ações de educação ambiental. O preço de mercado de um veículo similar a esse fica em torno de R$ 20.000,00.

Chamada a prestar esclarecimentos pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, a Administração Municipal informou que licenciou o empreendimento sem o EIA - Estudo de Impacto Ambiental - porque “tratava-se de uma obra de pequeno porte (a área tem 5,2 hectares) e porque havia precedentes, na administração anterior, que também teria agido assim em outras oportunidades”.

Essa denúncia deve ser repercutida e divulgada entre todos que tem preocupação com a questão ambiental. O silêncio e a certeza da impunidade encoraja os responsáveis por atos como esse.