João Jorge e Jacobina Maurer

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I m A g E m

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O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

terça-feira, 13 de março de 2018

A triste história de amor da mulher que, vestida de homem, pode ter sido a primeira médica da América Latina

Por Lioman Lima  BBC Mundo

2 horas

Enriqueta Favez
Image captionReconstituição feita pela polícia de Cuba mostra como pode ter sido o rostro de Enriqueta Favez | Foto: Cortesia/Julio César González Pagés
Ameaçado de ter o corpo examinado e de ser forçado a andar nu pelas ruas de Santiago de Cuba, o médico Enrique Favez não mais teve como guardar o segredo que manteve desde que chegou à ilha. Sob pressão, revelou sua verdadeira identidade - e foi punido por esconder quem realmente era.
Até então, muito pouco se sabia sobre o passado do homem que dizia ter nascido na Suíça em 1791, estudado medicina na França e atuado como médico de guerra e soldado nas tropas de Napoleão Bonaparte.Ele contava que ainda havia sido capturado e feito prisioneiro de guerra pelas tropas do general britânico Arthur Wellesley, o duque de Wellington. Solto tempos depois, mas derrotado, sem rumo e com uma guerra no currículo, teria decidido atravessar o oceano em busca de uma vida melhor. E em 1819, desembarcou em Santiago vindo da colônia francesa de Guadalupe, para depois enfim se estabelecer em Cuba, mais precisamente num povoado chamado Baracoa.  
Em 1823, já era um renomado cirurgião que havia se casado com uma moradora local, Juana de León. Levava uma vida tranquila e aparentemente respeitável, apesar de relatos de envolvimento em brigas e de abuso de álcool.Mas na tarde de 6 de fevereiro de 1824, o doutor Favez foi levado a um tribunal. Na ocasião, um grupo de médicos ameaçava submetê-lo a um exame físico ordenado pelo juiz.
Ele fora foi denunciado pela própria mulher, que assegurava que o respeitado médico, o venerado cirurgião e fiel marido não era quem ele dizia ser.Quando os médicos e policiais estavam prestes a cumprir a ordem do juiz, Enrique Favez os interrompeu e contou a verdade: ele era, na verdade, um mulher.

Exame minucioso

Mesmo após dizer que não era um homem, o corpo de Favez foi examinado parte por parte, de forma minuciosa.O processo judicial contra o médico está no Arquivo Nacional de Cuba, onde é possível ler o relatório do exame. A pessoa examinada, diz o documento, "é dotada de todas as partes pudendas próprias do sexo feminino", para então concluir: é uma "mulher real e perfeita". O doutor Enrique era, na verdade, Enriqueta Favez.

BaracoaDireito de imagemAFP
Image captionEnrique se estabeleceu em Baracoa, uma vila no oeste de Cuba onde muitos franceses viviam no século 18


Ler na íntegra:

http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43369635


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