João Jorge e Jacobina Maurer

João Jorge e Jacobina Maurer

I m A g E m

I m A g E m
O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Quem luta contra quem na Síria

Conflito na Síria já deixou 200 mil mortos e 4 milhões de refugiados desde 2011 -
 Desde a explosão da violência na Síria, em março de 2011, a guerra passou por uma escalada até se converter em um complexo "todos contra todos" entre governo, rebeldes, radicais islâmicos e potências estrangeiras, que só se complicou com a entrada da Rússia no conflito. 
Mas esse não é um conflito fácil de destrinchar. A começar pelos números impressionantes. Mais de 200 mil pessoas morreram na guerra e, segundo cálculos da ONU, há até 4 milhões de refugiados: milhares deles protagonizam a mais recente crise migratória na Europa.
As tropas do presidente sírio, Bashar Al-Assad, lutam contra cerca de mil grupos rebeldes, que teriam 100 mil combatentes. Alguns com forte tendência extremista e com vínculos com a Al-Qaeda. Desde o começo de 2014, entrou em cena o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, enfrentando tanto o governo como os rebeldes, sejam radicais ou moderados.
Há ainda os Estados Unidos e seus aliados ocidentais, incluindo a França, e outros países com diferentes níveis de envolvimento: Irã, Turquia e nações do Golfo Pérsico. E agora a Rússia, que iniciou uma campanha de bombardeios, segundo o Kremlin, contra posições do Estado Islâmico.



A Rússia surpreendeu os EUA com sua intervenção na Síria -
Em setembro de 2014, o presidente Barack Obama anunciou sua intenção de "degradar e, em última instância, destruir" o EI. Assim começou uma campanha aérea no Iraque e na Síria, com apoio de Canadá, França, Reino Unido e vários países árabes. 
Recentemente, em uma cúpula sobre terrorismo nos EUA, Obama enfatizou a necessidade da saída de Assad do poder como condição para derrotar o EI. Disse ser preciso "um novo líder e um governo de inclusão que una o povo sírio na luta contra grupos terroristas". 


A mediação russa foi fundamental na resolução da crise das armas químicas no confronto, no final de 2013. Àquela altura, EUA e França discutiam a possibilidade de iniciar uma campanha de ataques com mísseis contra alvos do governo sírio, o que foi contido pela mediação de Putin. Nos últimos dias, a aviação russa lançou ataques em território sírio que surpreenderam as potências que já atuam na região. 
A Rússia parece ser movida pelo alto número de cidadãos de seu país - em particular os de repúblicas de maioria muçulmana como a Chechênia - que se juntaram ao EI, e pelo temor de consequências do eventual retorno desses radicais a seu país para realizar ataques. Embora os russos insistam em que seus ataques visam os "mesmos terroristas" que são alvo dos EUA, outros governos suspeitam que estejam atacando também rebeldes que combatem Assad. A Casa Branca já afirmou que os ataques russos são "indiscriminados" e afetam de forma aleatória a todos que se opõem ao governo sírio. 
 

Estados Unidos  - 
Opõe-se a: Bashar Al-Assad e Estado Islâmico (EI).
 Apoia: grupos rebeldes considerados moderados e os curdos.

Rússia -
Opõe-se a: Estado Islâmico e outros rebelde.
Apoia: Bashar Al-Assad.
O Kremlin tem sido um aliado consistente do regime de Assad, mesmo antes da guerra. A Síria é um importante comprador de armamentos da Rússia, e oferece ainda ao país a base naval de Tartus, única instalação russa no mar Mediterrâneo.


  Irã - Opõe-se a: Estado Islâmico e insurgentes sunitas,  Apoia: governo de Bashar Al-Assad
Uma das potências da região, o Irã é aliado histórico do governo de Assad, a quem fornece armas, apoio militar e financeiro.
"Acreditamos que os americanos estarão cometendo um erro sobre a Síria e definitivamente pagarão o preço se atacarem o país" disse o aiatolá Ali Khamenei,  líder supremo do Irã, em setembro de 2013. Para o Irã, a subordinação de Assad é chave para impor freio à influência de seu grande rival na região, a Arábia Saudita. Mas a potência xiita tem um inimigo comum com a Rússia e os EUA: o EI, milícia sunita que vê os persas como hereges que devem morrer. 

Arábia Saudita -
Opõe-se a: Bashar Al-Assad.   Apoia: rebeldes sunitas.
Potência sunita e grande rival do Irã, a Arábia Saudita integra desde o início a coalizão liderada pelos EUA para atacar o EI. Em recente cúpula em Nova York, o governo saudita reiterou a necessidade de retirar Assad do poder. O ministro de Relações Exteriores saudita, Adel al Jubeir, disse considerar a possibilidade de intervenção militar para derrubar Assad do poder. Ele alertou que, caso não haja acordo nesse sentido, está disposto a aumentar o envio de armas e o apoio dos rebeldes.
A Arábia Saudita é, sem dúvida, um dos fornecedores chave dos rebeldes, incluindo grupos mais linha dura. Riad nega a acusação do Irã de que esteja apoiando o EI diretamente, e já expressou sua preocupação sobre eventual influência dos radicais sobre movimentos de oposição ao regime saudita. Contudo, multimilionários sauditas já enviaram doações ao grupo extremista e calcula-se que cerca de 2,5 mil cidadãos sauditas tenham se incorporado ao EI. Também integram a coalizão liderada pelos EUA: Bahrein, Jordânia, Catar e Emirados Árabes Unidos, todos em linha com a atuação saudita.

Turquia
Opõe-se a: governo de Bashar Al-Assad e separatistas curdos.
 Apoia: coalizão liderada pelos EUA e rebeldes.
A Turquia, de maioria sunita, é outra potência da região. Seu envolvimento no conflito do país vizinho começou ao apoiar ao Exército Livre da Síria, um dos principais movimentos rebeldes contra Assad. O país acolheu vários opositores de Assad. E recentemente lançou ataques aéreos contra militantes curdos no norte do Iraque, perto da fronteira com a Síria. Os ataques haviam sido anunciados contra o EI, mas logo se soube que atingiam também os curdos, que também são inimigos do EI. Não se pode obrigar os sírios a escolher entre Assad e o 'Estado Islâmico'"


A batalha dos curdos contra o EI, que se dá sobretudo no Iraque, conta com apoio dos EUA. Embora as relações entre Turquia e Síria tenham sido amistosas ao longo dos anos, houve uma deterioração desde o início da guerra. O ponto de ruptura foi em junho de 2012, quando sírios derrubaram um caça turco.                                                                                                  20 novembro 2015                                                                 http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151120_siria_entenda_tg

                                   

                                    A guerra civil da Síria

 Governo de Assad encara rebelião armada que já dura quase três anos. Conflito tem mais de 130 mil mortos, caos humanitário e crise de refugiados.                                       Do G1, em São Paulo

Homem anda sobre escombros em um local atingido por forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, no distrito de al-Shaar de Aleppo. (Foto: Saad AboBrahim/Reuters)        Homem anda sobre escombros em um local atingido por forças leais ao presidente da Síria,                 Bashar al-Assad, no distrito de al-Shaar de Aleppo. (Foto: Saad AboBrahim/Reuters)

A República Árabe Síria enfrenta, desde março de 2011, uma guerra civil que já deixou pelo menos 130 mil mortos, destruiu a infraestrutura do país e gerou uma crise humanitária regional. Quase três anos depois, as partes envolvidas e a comunidade internacional tentam fazer estabelecer em conjunto os termos para paz.
Uma segunda conferência de paz, chamada Genebra II, foi realizada em janeiro na Suiça. Entretanto, após mais de uma semana de negociações, houve poucos avanços. Uma nova rodada foi iniciada em 10 de fevereiro, terminando no dia 15 novamente sem decisões e com acusações mútuas entre governo e oposição. Uma terceira rodada será feita em data ainda não definida.
Mais de 2 milhões deixaram o país em busca de refúgio em nações vizinhas, aumentando as tensões entre os países vizinhos. Outros 4,25 milhões de sírios tiveram que se deslocar dentro do país devido aos combates. A situação sanitária se agrava, as organizações de ajuda não conseguem acesso a regiões inteiras do país, e a economia encolhe em meio aos combates.

 


O contestado presidente Bashar al-Assad, da minoria étnico-religiosa alauíta, enfrenta há quase três anos uma rebelião armada que tenta derrubá-lo do poder. No início, a rebelião, localizada na cidade de Daraa, tinha um caráter pacífico, com a maioria sunita - que se considera prejudicada pelo governo - e a população em geral reivindicando mais democracia e liberdades individuais, inspirados pelas revoluções da chamada "Primavera Árabe" iniciadas no Egito e na Tunísia.
Os manifestantes também acusavam o governo de corrupção e nepotismo. Em um episódio na cidade, crianças que pichavam muros teriam sido presas e torturadas, o que gerou revolta popular. Aos poucos, com a repressão violenta das forças de segurança, os protestos foram se espalhando pelo país e se transformando em uma revolta armada, apoiada por militares desertores e por grupos islamitas como a Irmandade Muçulmana, do Egito e radicais com o grupo Al-Nursa, uma "franquia" da rede terrorista da Al-Qaeda, com o objetivo de derrubar o regime.




Assad se recusou a renunciar, mas fez concessões para tentar aplacar os manifestantes. Ele encerrou o estado de emergência, que durava 48 anos, fez uma nova Constituição e realizou eleições multipartidárias. Mas as medidas não convenceram a oposição, que continuou combatendo e exigindo sua queda. A mediação de paz feita pela ONU, inicialmente com o ex-secretário-geral Kofi Annan e depois com o diplomata Lakhdar Brahimi, também vem fracassando. O regime argumenta que a rebelião é insuflada por terroristas internacionais, com elos com a rede Al-Qaeda, cujo objetivo é criar o caos, e que está apenas se defendendo para manter a integridade nacional.
Entre o fim de 2013 e o início de 2014, confrontos entre rebeldes islamitas e jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL, ligado à Al-Qaeda) deixaram milhares de mortos. Há a percepção, dentro e fora do país, de que os grupos jihadistas tentam "tomar conta" da revolta, o que dificulta a tomada de posição do Ocidente.
O conflito se generalizou pelo país e tem sido marcado por derrotas e vitórias militares dos dois lados, e pelo grande número de mortes.A fragmentada oposição síria tenta se organizar para uma possível tomada de poder, mas queixa-se de falta de apoio das potências ocidentais, que se mostram reticentes em entrar no campo de batalha.

Tensões no exterior

A guerra civil síria reviveu as tensões da Guerra Fria entre Ocidente e Oriente, por conta do apoio da Rússia ao regime sírio. Desde o início do conflito em março de 2011, os EUA se limitam, oficialmente, a oferecer apoio não letal aos rebeldes e a fornecer ajuda humanitária. Em junho, a administração Obama prometeu "apoio militar" aos rebeldes, embora tenha mantido certa indefinição sobre a natureza dessa ajuda. Os EUA tinham até pouco tempo atrás pouco apetite para intervir na região, por conta do envolvimento da Al-Qaeda, inimiga mortal dos americanos e autora dos atentados do 11 de Setembro de 2001.
A Rússia, que tem interesses econômicos e estratégicos na região, é a principal aliada do governo sírio. China e Irã também são importantes aliados do presidente sírio Assad. Ele também tem apoio do movimento xiita libanês Hezbollah.


Armas químicas

Em 21 de agosto, a oposição denunciou mais de mil mortos em um massacre com uso de armas químicas em subúrbios de Damasco controlados pelos rebeldes. Já havia relatos anteriores de uso de armas químicas pelo regime. O governo e o próprio Assad negaram as acusações, apesar de o Ocidente dizer ter provas em contrário. Observadores da ONU foram autorizados a irem até o local para investigar se houve uso de armas químicas. O incidente é considerado o mais grave com uso de armas químicas no planeta desde os anos 1980.

Após o ataque, aumentaram as conversas sobre uma possível intervenção internacional no país, liderada pelos EUA. No dia 31 de agosto, Obama fez um pronunciamento dizendo que decidiu que o país deveria adotar uma ação militar contra alvos do governo sírio, mas ressaltou que iria buscar a aprovação do Congresso norte-americano antes de fazê-lo. A oposição síria esperou ansiosamente o ataque americano, e emitiu comunicado dizendo que a ajuda deveria vir também em armas. Mas a Rússia mudou esse panorama dois dias depois, quando propôs um plano para acabar com as armas químicas da Síria. Obama, apesar do ceticismo em relação à proposta, aceitou a proposta. A Síria começou a colaborar com a Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas), que lacrou os arsenais sírios e prepara-se para sua destruição. O trabalho rendeu o Prêmio Nobel da Paz à Opaq.

No dia 16 de setembro, a ONU divulgou o relatório sobre a investigação do ataque de armas químicas ocorrido em 21 de agosto nos subúrbios de Damasco. O documento confirmou que um grande número de pessoas morreu vítima de gás sarin na região de Goutha, na periferia da capital.
Os EUA afirmam que estão dando uma chance à diplomacia, mas que, se Assad não cumprir sua parte, a possibilidade de uma intervenção militar não está descartada.

 
Conferência de paz

No fim de 2013, Estados Unidos e Rússia, principais negociadores externos, acertaram a data de 22 de janeiro para a realização de uma conferência de paz chamada de Genebra II.  O encontro deseja tentar chegar a uma solução negociada para o conflito sírio. Devem se sentar na mesma mesa o regime e a oposição – o governo confirmou sua participação, mas descartou excluir o presidente Bashar al-Assad do processo de transição política no país em guerra civil, algo que é exigido por diversas partes.
Entretanto, nas semanas que antecediam a realização da conferência, a participação ou não de diversos países e partes envolvidas gerou polêmica. Alguns membros da coalizão opositora, com o Conselho Nacional Sírio (CNS) à frente, recusam-se a sentar-se à mesma mesa com representantes do regime de Damasco. A ONU chegou a convidar o Irã para participar, mas o chamado foi rejeitado pela oposição síria, pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita. O Irã, aliado do regime sírio, "nunca apoiou o comunicado de Genebra I", que pede um governo de transição na Síria, afirmou um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA.
Após a polêmica, a ONU retirou o convite ao Irã – o que foi criticado pela Rússia.

  http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2013/08/entenda-guerra-civil-da-siria.html
                                                                                                                    21/08/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário