Nascí no dia 07 de abril de 1962, no bairro Quilombo em São Sebastião do Caí. Sou o filho do meio de Amandio Pereira de Andrade e Erna Terezinha Freitas de Andrade. Meu irmão mais velho é o Gilson, que foi dirigente dos bancários em Novo Hamburgo e atualmente trabalha na Caixa Federal em Brasília e a irmã mais nova é a Gislane, que trabalha no TRE em Porto Alegre. Sou neto de pequenos agricultores pelo lado materno e pequenos comerciantes pelo lado paterno. Minha infância foi vivida brincando e correndo na rua e atrás dos balcões dos armazéns do meu pai e do avô paterno, tomando banho no arroio Cadeia e no rio Caí e visitando a propriedade rural dos avós maternos na vila Conceição, interior de S.S. do Caí. Estudei no Grupo Escolar Felipe Camarão cuja diretora era nossa vizinha na estrada Julio de Castilhos, atual rua Esperanto. Essa diretora da escola a dona Ivone Weber, e também a mãe dela a dona Olinda, eram amigas de minha família, deram ajuda e assistência a mim e meus irmãos antes e depois do falecimento de nossa mãe.
Gilnei Andrade 1976 |
Américo Copeti |
Fabrica de calçados anos 80 |
Milton Rosa e Lula |
Niveo Friedrich e Orlando Muller |
Gilnei Andrade anos 90 |
Olívio Dutra |
Em 1983 participei como delegado dos metalúrgicos de Novo Hamburgo no Congresso de Fundação da CUT, em São Bernardo do Campo. O Congresso da fundação da CUT foi realizado nos antigos pavilhões da Vera Cruz, a Hollywood brasileira que antes de falir produziu dezenas de filmes principalmente as chanchadas brasileiras. A prefeitura de São Bernardo havia reformado os pavilhões que serviam como um Centro de Convenções. Foi a segunda vez que vi o Lula, presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista que estivera antes em comícios em Novo Hamburgo e região. Em outubro de 1983 saí da Ritmo Veículos. No inverno de 1983 houve uma grande e bem sucedida greve geral no Brasil. Em Novo Hamburgo os metalúrgicos e os sapateiros com apoio dos comerciários organizaram piquetes principalmente na saída das garagens dos ônibus municipais. Embora durante o dia o número de grevistas e brigadianos nas ruas fosse quase equivalente a greve paralisou as escolas, parte do comércio e algumas indústrias. No dia anterior a greve um comboio de carros militares saiu do quartel em São Leopoldo e fez um desfile de advertência de Canoas até Novo Hamburgo, passando pelas ruas centrais de cada cidade, numa demonstração de ameaça. Tive uma segunda e ainda mais rápida passagem pela indústria de calçados. Trabalhei, em 1984, num atelier contratado pela Esfinge e depois trabalhei diretamente nos Calçados Esfinge. Nesse período que trabalhei no atelier da empresa Esfinge, na rua Rincão, conheci o Orlando Muller, presidente do sindicato dos sapateiros, que esteve na empresa em função do atraso no pagamento dos empregados. A Esfinge, uma empresa tradicional da cidade, atrasou os pagamentos porque vinha enfrentando muitas dificuldades. Havia sido vendida para alguns empresários especialistas em golpes com empresas pré-falimentares e realmente faliu algum tempo depois sem pagar ninguém. Daí em diante passei a trabalhar diretamente com a militância sindical e partidária. Fui funcionário administrativo e assessor do Sindicato dos Metalúrgicos de Novo Hamburgo de julho de 1984 a dezembro de 1987, em 1988 trabalhei na sede do PT e na campanha eleitoral e depois fui assessor do PT na Câmara Municipal de Vereadores entre fevereiro de 1989 e fevereiro de 1995. Foi um período de convívio mais intenso com o Nelson de Sá o principal ativista social e dirigente do PT local daquela época. O Nelson Sá merece ter sua história contada porque agitou o movimento comunitário e sindical durante 30 anos e construiu o PT na região e no estado. Foi o incentivador e organizador dessa retomada do movimento de esquerda em Novo Hamburgo.
No sindicato dos metalúrgicos fui um pouco funcionário administrativo e outro pouco assessor político. O João Machado que venceu as eleições de 1980 foi reeleito em 1983 e 1986. Logo após essa eleição ele transferiu-se para a Federação dos Metalúrgicos, órgão de representação estadual da categoria e seu vice o Paulo Haubert assumiu o sindicato. O ano de 1986 foi efervescente para o movimento sindical na cidade. Estimulada por alguns empresários apresentou-se uma chapa de oposição nos metalúrgicos e a CUT organizou chapas de oposição nos sindicatos dos bancários, construção civil e sapateiros. Nas eleições realizadas na primavera de 1986 os metalúrgicos mantiveram sua direção cutista e as oposições venceram nos bancários com Maira Jean Pinto e com meu irmão Gilson Andrade na chapa e venceu também nos sapateiros com Milton Rosa. A eleição da construção civil foi anulada em função de irregularidades, uma junta governativa assumiu o sindicato e no ano seguinte a oposição ligada a CUT também venceu.
Direção eleita Sindicato dos Metalúrgicos NH 1980 |
Gilnei Andrade e Olívio Dutra |
PT NH 1996 - Tarcisio Zimmermann e Gilnei Andrade |
A presença de Olívio Dutra no Governo do Estado contribuiu para algumas importantes iniciativas no enfrentamento e na resistência a crise do setor coureiro-calçadista. Os sindicatos da região criaram a Escola dos Trabalhadores 8 de Março que realizava cursos de formação sindical, qualificação profissional e elevação do grau de escolaridade para os trabalhadores. A criação de cooperativas de trabalhadores que, em alguns casos, assumiram as ‘massas falidas’ e continuaram produzindo enquanto arrastavam-se os processos de falência das empresas, as iniciativas de auto-gestão e a economia popular e solidária se intensificaram nesse momento. Eu voltei à presidência municipal do PT em 2000 e
fui ainda coordenador do PT Regional Vale do
Sapateiro.
Em 2004 depois de uma eleição municipal tumultuada onde ‘quase’ vencemos o pleito e com as dificuldades iniciais do governo Lula e o episódio do mensalão eu diminui o ritmo da militância partidária e passei a dividir meu tempo com outras atividades mais prazerosas mental e fisicamente. No início de 2005 voltei a estudar e comecei o curso de História na Feevale. Com a vitória do PT e a posse de Tarcísio na prefeitura municipal de Novo Hamburgo em 2008 saí da Assembléia Legislativa e vim trabalhar na cidade assumindo a Diretoria de Relações Institucionais da Secretaria Geral de Governo da Administração Municipal.
Gilnei Andrade
2009/2010
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