Encontrei no blog palidopontobranco (veja abaixo) um bem humorado relato da participação de alguns professores de São Paulo, no Encontro Nacional da ANPUH - Associação Nacional dos Professores de História, recentemente realizado na Unisinos, em São Leopodo. Durante o trajeto de carro de São Paulo até aqui relatam sobre as condições da BR 116, sobre pedágios, sobre a sinalização inexistente em Porto Alegre, sobre o sotaque e a culinária gaúcha, sobre futebol - assistiram os 3 x 0 do Colorado sobre o Corínthians - e sobre a reunião da ANPUH e a Unisinos.
Muito boa a avaliação da Unisinos " uma universidade que margeia um shopping". Espero que tenham retornado em paz e chegado bem a São Paulo nesses tempos bicudos...
Lá e de volta outra vez
Como previsto, não foi possível blogar durante a semana. Voltei ontem à noite de Porto Alegre, depois de quase dois dias de viagem - boa parte dela na famosa BR-116. O governo federal está duplicando aquele cemitério em forma de estrada, mas parece que vai demorar um pouco. A única coisa boa é que não tem pedágio.
Foi gasto zero com esse assunto entre o Rio Grande e São Paulo. Mas foi só nos locomovermos um pouco em território paulista - com estradas melhores, reconheça-se - que quase vinte reais foram torrados. Nada contra os pedágios, tudo contra o altíssimo valor pago para rodar poucos quilômetros. Enfim, críticas aos pedágios estão longe da novidade. O novo ficou lá no sul.
Voltemos pra lá, então. Porto Alegre surpreende pela péssima sinalização. Quer dizer, seria péssima se ela existisse. Um exemplo: a placa que sinaliza a entrada à direita para chegar a São Leopoldo fica... já dentro da própria via à direita! Bah, tchê!, ninguém no carro era clarividente, nem mesmo o motorista, cuja auto-representação é a do HAL 9000, o computador que nunca erra. Contamos, portanto, com a boa vontade dos gaúchos, sempre muito solícitos, para nos explicar os caminhos dos pampas: "tu não vai te perder", "tu margeias o Guaíba". Sempre com aquele sotaque cantado que a muito custo tentávamos imitar. Assim como no Rio, em que pedíamos por um "mishto quente", certamente soamos ridículos: "bah, como é que faz pra chegar na Farrapos?", indagava Rodolpho. Foi divertido.
Foi gasto zero com esse assunto entre o Rio Grande e São Paulo. Mas foi só nos locomovermos um pouco em território paulista - com estradas melhores, reconheça-se - que quase vinte reais foram torrados. Nada contra os pedágios, tudo contra o altíssimo valor pago para rodar poucos quilômetros. Enfim, críticas aos pedágios estão longe da novidade. O novo ficou lá no sul.
Voltemos pra lá, então. Porto Alegre surpreende pela péssima sinalização. Quer dizer, seria péssima se ela existisse. Um exemplo: a placa que sinaliza a entrada à direita para chegar a São Leopoldo fica... já dentro da própria via à direita! Bah, tchê!, ninguém no carro era clarividente, nem mesmo o motorista, cuja auto-representação é a do HAL 9000, o computador que nunca erra. Contamos, portanto, com a boa vontade dos gaúchos, sempre muito solícitos, para nos explicar os caminhos dos pampas: "tu não vai te perder", "tu margeias o Guaíba". Sempre com aquele sotaque cantado que a muito custo tentávamos imitar. Assim como no Rio, em que pedíamos por um "mishto quente", certamente soamos ridículos: "bah, como é que faz pra chegar na Farrapos?", indagava Rodolpho. Foi divertido.
Mais divertido ainda foi ver o Corinthians tomar um ridículo 3 a 0 do Inter em pleno Beira-Rio. Lindo estádio, torcida fanática. Quase 20 mil pessoas, mais de 14 mil sócio-torcedores às 10 da noite de uma fria quarta-feira. Com banheiros utilizáveis e cerveja (com álcool) vendida dentro do estádio, não há do que os colorados reclamarem mesmo. Para inveja de pontepretanos e bugrinos. Rogério, o Guerreiro da Tribo, remoía-se, como eu, de toda aquela estrutura. O jogo mesmo foi fraco, mas serviu pra animar até mesmo a Vanessa, tadinha, perdida num estádio de futebol. Numa falta no círculo central, perguntou se havia sido impedimento. Os gols ela entendeu, lógico. O gol é a linguagem universal do futebol. Mas fomos a Porto Alegre para a ANPUH, que aconteceu na Unisinos, em São Leopoldo.
A Unisinos pode ser caracterizada como uma universidade que margeia um shopping. Sim, há um shopping no meio da Unisinos. Perto dela, a Unimep, em Piracicaba, é um reles mall. Bizarro. A ANPUH pode ser caracterizada como uma reunião de gente com cara de intelectual enfiada num casaco com cachecol articulando discursos-padrão na seguinte fórmula: "O trabalho abarca questões que perpassam uma temática multidisciplinar e propõe, a priori, deslocamentos de abordagens múltiplas por territórios teóricos cujos matizes apontam para (re)significações e (re)construções do sujeito enquanto agente transformador". E ainda participei de um mini-curso em história da ciência cujos vôos para os lados de Deleuze e Foucault aprofundaram minha ausência mental. Ausência com certificado, diga-se.
Não que não houvesse muita gente com coisas interessantes pra dizer, é claro. Mas isso fica pra outra hora. Aliás, a genialidade que não encontrei na ANPUH veio no muro do Hotel Roma, no qual nos hospedamos. "Quem tem boca vai no Roma", dizia a fantástica peça publicitária. Procurei pelo logo da W/Brasil no muro mas não achei. O Washington Olivetto deve ser um cara muito modesto.
Quem tem boca vai no Roma, mas vai no Alfredo também. Lanchonete/restaurante encontrado ao acaso no desespero da fome numa cidade desconhecida, o Alfredo é uma casa que se orgulha de ter sido frequentada pelo Brizola e sintetiza a relação custo-benefício da comida na capital gaúcha: porção de batata, 4 pilas; risoto, 6. Come-se bastante, e barato, por lá. Talvez seja para recuperar as energias de um caminho erradamente indicado pela péssima sinalização porto-alegrense.
Postado por Danilo Albergaria no blog http://palidopontobranco.blogspot.com/
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