João Jorge e Jacobina Maurer

João Jorge e Jacobina Maurer

I m A g E m

I m A g E m
O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Uma universidade que margeia um shopping

Encontrei no blog palidopontobranco (veja abaixo) um bem humorado relato da participação de alguns professores de São Paulo, no Encontro Nacional da ANPUH - Associação Nacional dos Professores de História, recentemente realizado na Unisinos, em São Leopodo. Durante o trajeto de carro de São Paulo até aqui relatam sobre as condições da BR 116, sobre pedágios, sobre a sinalização inexistente em Porto Alegre, sobre o sotaque e a culinária gaúcha, sobre futebol - assistiram os 3 x 0 do Colorado sobre o Corínthians - e sobre a reunião da ANPUH e a Unisinos.
Muito boa a avaliação da Unisinos " uma universidade que margeia um shopping". Espero que tenham retornado em paz e chegado bem a São Paulo nesses tempos bicudos...



Lá e de volta outra vez



Como previsto, não foi possível blogar durante a semana. Voltei ontem à noite de Porto Alegre, depois de quase dois dias de viagem - boa parte dela na famosa BR-116. O governo federal está duplicando aquele cemitério em forma de estrada, mas parece que vai demorar um pouco. A única coisa boa é que não tem pedágio.

Foi gasto zero com esse assunto entre o Rio Grande e São Paulo. Mas foi só nos locomovermos um pouco em território paulista - com estradas melhores, reconheça-se - que quase vinte reais foram torrados. Nada contra os pedágios, tudo contra o altíssimo valor pago para rodar poucos quilômetros. Enfim, críticas aos pedágios estão longe da novidade. O novo ficou lá no sul.

Voltemos pra lá, então. Porto Alegre surpreende pela péssima sinalização. Quer dizer, seria péssima se ela existisse. Um exemplo: a placa que sinaliza a entrada à direita para chegar a São Leopoldo fica... já dentro da própria via à direita! Bah, tchê!, ninguém no carro era clarividente, nem mesmo o motorista, cuja auto-representação é a do HAL 9000, o computador que nunca erra. Contamos, portanto, com a boa vontade dos gaúchos, sempre muito solícitos, para nos explicar os caminhos dos pampas: "tu não vai te perder", "tu margeias o Guaíba". Sempre com aquele sotaque cantado que a muito custo tentávamos imitar. Assim como no Rio, em que pedíamos por um "mishto quente", certamente soamos ridículos: "bah, como é que faz pra chegar na Farrapos?", indagava Rodolpho. Foi divertido.

Mais divertido ainda foi ver o Corinthians tomar um ridículo 3 a 0 do Inter em pleno Beira-Rio. Lindo estádio, torcida fanática. Quase 20 mil pessoas, mais de 14 mil sócio-torcedores às 10 da noite de uma fria quarta-feira. Com banheiros utilizáveis e cerveja (com álcool) vendida dentro do estádio, não há do que os colorados reclamarem mesmo. Para inveja de pontepretanos e bugrinos. Rogério, o Guerreiro da Tribo, remoía-se, como eu, de toda aquela estrutura. O jogo mesmo foi fraco, mas serviu pra animar até mesmo a Vanessa, tadinha, perdida num estádio de futebol. Numa falta no círculo central, perguntou se havia sido impedimento. Os gols ela entendeu, lógico. O gol é a linguagem universal do futebol. Mas fomos a Porto Alegre para a ANPUH, que aconteceu na Unisinos, em São Leopoldo.

A Unisinos pode ser caracterizada como uma universidade que margeia um shopping. Sim, há um shopping no meio da Unisinos. Perto dela, a Unimep, em Piracicaba, é um reles mall. Bizarro. A ANPUH pode ser caracterizada como uma reunião de gente com cara de intelectual enfiada num casaco com cachecol articulando discursos-padrão na seguinte fórmula: "O trabalho abarca questões que perpassam uma temática multidisciplinar e propõe, a priori, deslocamentos de abordagens múltiplas por territórios teóricos cujos matizes apontam para (re)significações e (re)construções do sujeito enquanto agente transformador". E ainda participei de um mini-curso em história da ciência cujos vôos para os lados de Deleuze e Foucault aprofundaram minha ausência mental. Ausência com certificado, diga-se.

Não que não houvesse muita gente com coisas interessantes pra dizer, é claro. Mas isso fica pra outra hora. Aliás, a genialidade que não encontrei na ANPUH veio no muro do Hotel Roma, no qual nos hospedamos. "Quem tem boca vai no Roma", dizia a fantástica peça publicitária. Procurei pelo logo da W/Brasil no muro mas não achei. O Washington Olivetto deve ser um cara muito modesto.

Quem tem boca vai no Roma, mas vai no Alfredo também. Lanchonete/restaurante encontrado ao acaso no desespero da fome numa cidade desconhecida, o Alfredo é uma casa que se orgulha de ter sido frequentada pelo Brizola e sintetiza a relação custo-benefício da comida na capital gaúcha: porção de batata, 4 pilas; risoto, 6. Come-se bastante, e barato, por lá. Talvez seja para recuperar as energias de um caminho erradamente indicado pela péssima sinalização porto-alegrense.

Postado por Danilo Albergaria no blog http://palidopontobranco.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário