João Jorge e Jacobina Maurer

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I m A g E m

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O Velho do Espelho

"Por acaso, surpreendo-me no espelho:
quem é esse que me olha e é
tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho...
Meu Deus,Meu Deus...Parece meu velho pai -
que já morreu"! (Mario Quintana)

P E S Q U I S A

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Bandas militares davam o tom patriótico a sangrentos combates da Guerra do Paraguai

Batalha musical

Vinicius de Carvalho
18/1/2011 
 Fui no Itororó
Beber água não achei
Achei bela morena
Que no Itororó deixei
 




Não há criança no Brasil que não conheça esses versos. Talvez a consciência histórico-geográfica de onde fica o Itororó tenha se perdido, mas esta cantiga folclórica lembra o riacho que dá nome a uma das mais sangrentas batalhas da Guerra do Paraguai (1864-1870). Esta lembrança musical do maior conflito militar em que o Brasil já esteve envolvido, também conhecido como Guerra da Tríplice Aliança, não é a única. Os músicos militares estiveram presentes e tiveram importante papel durante todo o conflito.

Clarinetas, trombones e flautas juntaram-se a canhões e baionetas e compuseram uma verdadeira trilha sonora do campo de batalha. As bandas de música eram parte integrante dos Batalhões de Fuzileiros e dos Batalhões de Caçadores do Exército Permanente, ou seja, do Exército profissional. Também os Batalhões de Voluntários da Pátria tinham bandas em seus quadros. Diferentemente do Exército de Linha, que tinha músicos com formação militar prévia, os dos Batalhões de Voluntários da Pátria vinham das camadas populares, muitos deles sem uma formação militar inicial, e que aprenderam a tocar em bandas civis ou mesmo em igrejas. Esse fato fez com que o repertório popular estivesse muito presente na campanha militar, já que era isso que estes instrumentistas estavam habituados a tocar.

A Guerra do Paraguai modifica, assim, as bandas brasileiras. Os civis levavam a composição popular para o campo de batalha e, ao retornarem da guerra, voltavam militarizados. Quase todas as bandas civis passaram a usar uniformes que lembravam os dos soldados e a marchar em forma, como uma tropa. O repertório popular passou a ser também usual entre as bandas militares.

As polícias militares de cada estado do Brasil que mandaram tropas para a Guerra do Paraguai também levaram seus músicos, já que muitas dispunham de bandas organizadas antes mesmo do início do conflito.

Um bom exemplo é o caso da Banda da Polícia Militar da Bahia, que em 1865 parte com o 10º Corpo de Voluntários para a guerra. Segundo algumas crônicas, os componentes da banda atuavam como padioleiros e tocavam nos intervalos das lutas para alegrar os soldados.

Mas os músicos tinham também funções militares. As bandas tocavam em formaturas das tropas e mesmo em marchas. Na Guerra do Paraguai, tocavam durante os combates, ainda que isso pareça absurdo. É o que relata Paulo de Queiroz Duarte, autor de obra fundamental para os estudos sobre a Guerra do Paraguai, quando fala da tática de formação de quadrados empregada pela infantaria no combate. Após a os soldados entrarem em formação, os corneteiros e tambores ocupavam o centro do quadrado e a banda tocava enquanto durasse o fogo. Os corneteiros e tambores repassavam todas as ordens de combate.

Duarte não diz o que tocavam, mas pode-se imaginar que não seriam canções populares. Muito provavelmente, alguma marcha de caráter bastante militar, ou mesmo algum hino patriótico. (...)

FONTE:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/batalha-musical


(...) Uma curiosidade a respeito da famosa cantiga "Fui no Itororó":
O escritor Veríssimo de Melo relaciona Itororó com o ribeirão homônimo, palco de grande batalha em 6/12/1868 entre as tropas do Brasil e do Paraguai. Para isso, ele se baseia numa versão recolhida em Santa Catarina, em que aparecem os nomes do famoso general Pedro Juan Caballero e do major Moreno, que controlava a artilharia, impedindo a passagem da ponte de Itororó, provocando muitas mortes e assim ensangüentando as águas do ribeirão - daí a alusão de não se achar água para beber. O último verso seria uma reminiscência da frase latina "Veni, vidi, vinci" dita por Júlio César ao Senado de Roma:

Eu fui lá no Tororó
Beber água e não achei,
Ver Moreno e Caballero
Já fui, já vi, já cheguei  (...)

FONTE:
http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com.br/2011/10/medalha-de-bravura-da-guerra-do.html

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